Superendividamento e sofrimento ético de trabalhadores bancários

Autores

  • Ana Claudia Almeida Machado Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura - Departamento de Psicologia Clínica - Universidade de Brasília
  • Eliane Maria Fleury Seidl
  • Emílio Peres Facas

DOI:

https://doi.org/10.46635/revise.v6ifluxocontinuo.1869

Palavras-chave:

Superendividamento, Sofrimento Ético, Trabalhadores bancários, Psicodinâmica do Trabalho

Resumo

Sofrimento ético é um mal-estar experimentado pelo trabalhador ao executar ordens que desaprova moralmente. Refere-se a comportamentos que causam danos a outrem quando o trabalhador cumpre com obrigações laborais das quais discorda sob o aspecto moral. Superendividamento define-se pela impossibilidade de um devedor de boa-fé pagar suas dívidas de consumo e relaciona-se, dentre outros, à contratação de crédito de forma irresponsável em instituições financeiras. O objetivo deste trabalho foi investigar a relação entre superendividamento e sofrimento ético no trabalho bancário por meio de revisão narrativa e exploratória de literatura. Foram objetos de análise: (a) pesquisas científicas desenvolvidas sob o referencial teórico da Psicodinâmica do Trabalho, contendo auto-relatos de vivências de sofrimento no trabalho bancário; e (b) textos diversos sobre a temática do superendividamento. Resultados apontam que, diante da pressão por resultados, trabalhadores se veem impelidos a praticar atos que consideram imorais: vender produtos desnecessários aos clientes, omitir informações visando à comercialização de produtos e praticar o que é conhecido por “venda casada”. Há evidências de que o superendividamento relaciona-se a certas práticas bancárias, podendo conduzir ao sofrimento ético de trabalhadores. As causas ligadas ao superendividamento da população brasileira e do sofrimento ético de bancários possuem raízes nos modos perversos de gestão do trabalho bancário. A temática do sofrimento ético ainda é pouco estudada no contexto da saúde mental no trabalho e o superendividamento vem causando cada vez mais impactos sociais. É necessário desenvolver mais pesquisas sobre ambas as temáticas em prol de uma melhoria na qualidade de vida da população.

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Biografia do Autor

Eliane Maria Fleury Seidl

Chefe do Departamento de Psicologia Clínica e docente do Programa de Pós-Graduação em
Psicologia Clínica e Cultura da Universidade de Brasília (UnB). Pós-doutora em psicologia
pela Universidade Federal de Santa Catarina e pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Coordenadora do Projeto Com-Vivência (Ações Integradas de Estudos e Atendimento de
Pessoas Vivendo com HIV/Aids e Familiares) do Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Emílio Peres Facas

Professor Adjunto e Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do
Trabalho e das Organizações da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em Psicologia
Social, do Trabalho e das Organizações e Coordenador do Núcleo Trabalho, Psicanálise e
Crítica Social (UnB). Experiência em pesquisas em Psicologia do Trabalho, com ênfase em
identidade e trabalho; qualidade de vida no trabalho; e inter-relação trabalho e adoecimento.

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Publicado

2021-04-02

Como Citar

Machado, A. C. A., Seidl, E. M. F., & Facas, E. P. (2021). Superendividamento e sofrimento ético de trabalhadores bancários. REVISE - Revista Integrativa Em Inovações Tecnológicas Nas Ciências Da Saúde, 6(fluxocontinuo), 213–231. https://doi.org/10.46635/revise.v6ifluxocontinuo.1869

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