Contribuições da osteopatia para o cuidado na atenção primária à saúde
DOI:
https://doi.org/10.46635/revise.v5ifluxocontinuo.1766Palavras-chave:
Osteopatia, Atenção Primária à Saúde, Terapias Complementares, Catastrofização, Medicalização.Resumo
A osteopatia foi oficialmente reconhecida como PIC recentemente no SUS; e, como tal, sua inserção foi incentivada na atenção primária à saúde (APS). Este ensaio apresenta e discute algumas relações da osteopatia com a APS, enfocando conhecimentos e técnicas osteopáticas que podem contribuir para o fortalecimento de aspectos comuns a ambas. Tais contribuições incluem: a ênfase em tecnologias leves, compreendendo a qualidade da relação clínica, no sentido da construção de narrativas e estratégias capazes de esclarecer sobre questões fisiológicas, incluindo mecanismos endógenos de auto-regulação; introdução na APS de estimulação desse mecanismos por meio de algumas técnicas manuais osteopáticas; maior valorização da autonomia dos usuários frente a seus problemas de saúde; um melhor equilibrio frente a proeminência de tecnologias duras e leves/duras, protocolos e uso excessivo de exames diagnósticos na APS, facilitando uma diversificação interpretativa e terapêutica, com utilização crítica de evidências e sinais fisiológicos sem perder de vista o indivíduo como um todo; evitação do excesso de medicalização do cuidado, acentuado pelo comum compartilhamento de crenças e prognósticos catastróficos, que inibem o tempo, o interesse e o estímulo à auto-regulação necessários à dissolução de prognósticos excessivamente sombrios. O compartilhamento de saberes/técnicos osteopáticos pode ser útil para melhorar a intensidade das relações de cuidado e favorecer mudanças no processo de trabalho nas redes de atenção a saúde. Pesquisas e experimentações institucionais são necessárias para explorar essas potencialidades, compartilhando conhecimentos que enriqueçam equipes, gestores e usuários no sentido da construção de formas singulares, seguras e eficazes de cuidado.