Estudo de validade factorial do Maslach Burnout Inventory em professores moçambicanos
Palavras-chave:
Análise fatorial. , Burnout. , Maslach Burnout Inventory, professoresResumo
O objetivo deste artigo foi investigar as propriedades psicométricas do Maslach Burnout Inventory (MBI) numa amostra de professores moçambicanos. Foram investigadas a validade fatorial e as precisões dos fatores obtidos. Participaram do estudo 225 professores, com idade compreendida entre 20 a 53 anos (M=35,4; DP=7,5), sendo 64,7% do sexo masculino; a maioria possui formação de nível médio (79,8%); os que lecionam da 6ª à 7ª classes (61,2%); em termos de estado civil, os solteiros correspondem a 43,5%. Os participantes responderam a uma versão do MBI em português, adaptada para a população brasileira, na qual foram incluídos dois itens em relação à versão original. Uma análise fatorial com extração dos fatores por análise das componentes principais e rotação oblimin resultou em três fatores, capazes de explicar 35,5% da variância total. Os fatores foram associados à exaustão emocional (F1), realização no trabalho (F2) e despersonalização (F3), cuja consistência interna, medida pelo coeficiente alfa de Cronbach foi de 0,758; 0,677 e 0,446, respetivamente. Esses fatores são compatíveis com a versão original do MBI, podendo ser considerados fatorialmente válidos. No entanto, o terceiro fator ficou com precisão muito baixa, não podendo ser considerado fidedigno. Análises da relação do burnout com variáveis sociodemográficas (idade, gênero, nível de formação, experiência, nível de ensino lecionado e estado civil) não revelaram qualquer resultado estatisticamente significativo.[1] Estudos futuros incluindo amostras maiores são necessários para estabelecer relações precisas entre burnout e variáveis examinadas. É sugerido o uso do instrumento em pesquisas com a população moçambicana, mas faz-se necessário passar por uma revisão do terceiro fator, visando a melhoria da precisão.
[1] A pesquisa não teve financiamento. Foi custeada pelo autor.