v. 7 n. fluxocontinuo (2021): Plantas Medicinais & Aromaterapia

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P´refácio da edição: Plantas Medicinais & Aromaterapia

Júlio César dos Santos

O ser humano sempre buscou a natureza como  recurso que melhore sua qualidade de vida. O estudo dos compostos químicos sintetizados pelas plantas acompanham a evolução da humanidade através dos tempos e os seus usos como agentes terapêuticos datam de milhares de anos.

Securidaca longepedunculata é uma planta em uso na Medicina Tradicional Africana, mais intensamente pelos médicos moçambicanos para o tratamento de doenças de origem bacteriana. Em um dos artigos dessa edição realizou-se estudo fotoquímico e atividade antibacteriana dos extratos das raízes e folhas.  Pelo elevado teor de  alcaloides, a planta possui ações antimaláricas, antimicrobianas, anticancerígenas,   anti-inflamatórias,   afrodisíacas,   vasodilatadoras,   antissépticas,   cicatrizantes   e estomáticas; pela presença de flavonoides têm atividade antioxidante, antialérgica, anti-inflamatória, antiviral, anticancerígena, vaso-protetora, antimicrobiana, anti-hepática e inseticida;   pela presença   de   saponinas   contem   ações   antitumorais, antivirais,   anti-inflamatórias, antitrombóticas, antibacterianas,   antifúngicas   e   espermicidas; pela presença de  taninos  possui  ação  antibacteriana,  antitumoral,  antisséptica,  anti-inflamatória, antioxidante e hemostática.

Em outro artigo, a Millettia  aurea popularmente designada por “Nathikathika”, ou “Nathika” quando se trituram suas  raízes os Médicos Tradicionais Africanos tem recorrido ao uso desta planta para o tratamento de doenças sexuais sintomaticamente transmissíveis como gonorreia, causada por uma bactéria Neisseria gonorrhoea e/ou gonococos. Temos um artigo que aponta entre as composições bioquímicas do óleo de coco estão os  triglicerídeos  de  cadeia  média. Com este componente, o  óleo  de  coco,  auxilia  na redução  nos  níveis  de  Lp(A) (Lipoproteína  A).  Estudos  clínicos  demonstraram  que  este  óleo  tem propriedades  antimicrobianas  e  antivirais,  e  também  se utiliza no  tratamento  de  pacientes com SIDA através da redução da carga viral nesses pacientes. Outro fato interessante sobreo Óleo de Coco é que apesar de ser uma gordura, ela realmente promove a perda de peso.

Uma  das  espécies  utilizadas  pela  medicina  tradicional  de  Moçambique  é Melia azedarach L  (cinamomo),  pertence  à  família Meliaceae. O artigo desta edição realizou testes in  vitro que apresentaram extratos  ricos  em  taninos  ou  com  taninos  puros, os quais os cientistas identificaram atividades biológicas dessa classe de substâncias. O artigo desta edição aponta que dentre essas atividades podem-se citar: ação bactericida e fungicida, antiviral, moluscicida, inibição  de  enzimas  e  ação  antitumoral. Propriedades  terapêuticas, inseticidas,  tóxicas  e  outras  são  atribuídas  ao M. azedarach. Usa-se Melia para combater a resistência  bacteriana  aos  antibióticos que é  considerada  como  um  conjunto  de mecanismos de adaptação que faz com que a bactéria resiste a ação dos fármacos aos quais estão sendo expostos.

A composição das plantas medicinais no ambiente trazem impactos na saúde. Por exemplo, os   impactos   ambientais   gerados   pela   atividade   de   beneficiamento   de chumbo realizadas pela Plumbum Mineração e Metalurgia Ltda., as margens do Rio Subaé é um cenário já conhecido  pelas  instituições  públicas  e  pela  sociedade  a  anos. A  empresa  abandonou  suas instalações  em  Santo  Amaro – Ba  no  ano  de  1993,  deixando no  local  um  passivo  ambiental equivalente a 490.000 t de escória contaminada com elementos-traço, principalmente cádmio (Cd) e chumbo  (Pb).  Além  do  descarte  inadequado  desses  resíduos a escória, doada  pela  empresa à população, era utilizada nas fundações e vias de  acesso a suas casas, até a prefeitura do município utilizou esse material na pavimentação de ruas e outros locais públicos. Desde  a  instalação  da empresa crianças moradoras das imediações sofriam com problemas respiratórios associados com a fumaça das chaminés,  poeiradas  ruas  e  os  cheiros  de  minério vindo  da  fábrica. Mesmo em crianças nascidas após o  fechamento  das  fabricas  era possível encontrar  altos concentrações  de  chumbo  no sangue.

Boa Leitura!

Editor Geral: Júlio César dos Santos; Maria Luiza Caires Comper; 

Editor de Seção: Renata Magalhães Naves; Maiana Lourenço; Eliezer Pereira da Silva;

Avaliadores: Isabela Sousa, Letice Dalla Lana, Gleide Regina de Sousa Almeida Oliveira; Victor Rodrigues Nicobue, Calline Gomes Ferraz; Gisele Lopes de Oliveira; Bondy Lourenço; Santos Adolfo Calado; Amenson Trindade Gomes; Rodolfo Bernardo Chissico.

Publicado: 2022-08-16