BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O MOVIMENTO DE OCUPAÇÃO DE ESTUDANTES NAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS (2015-2016)
Palavras-chave:
Escola, ocupação, trajetória, mulheres , juventudeResumo
A “Primavera Secundarista” foi um fenômeno caracterizado pela ocupação das Escolas públicas, Universidades e Institutos Federais em todo o território nacional, no período de 2015-2016. O movimento teve como liderança, jovens estudantes da rede pública de ensino, trazendo como pauta a Reforma do Ensino Médio, e Emenda Constitucional nº 55, conhecida como "pec do teto". O protagonismo feminino surgiu como um dos elementos latentes desse período. Podemos dizer que a condição juvenil, além de ser socialmente construída, tem também uma configuração espacial e temporal. Isto é, o processo histórico e social vividos pelos sujeitos são formados através da configuração territorial e ao longo da sua trajetória histórica. Baseado nas pesquisas desenvolvidas anteriormente na região paraibana (AUTORA;2017;2020), e atualmente no doutorado no Programa de Pós-Graduação Sociologia/UFC, o artigo se debruça sobre o movimento de ocupação das escolas, atentando para os discursos dessas sujeitas egressas desses movimentos e as repercussões das questões de gênero na cultura política dessas jovens em suas falas. Para tal, utilizou-se o recurso de questionários, entrevistas semiestruturadas e grupo focal. Apontamos inicialmente que nem todas as participantes se desmobilizaram politicamente, por outro lado, a iniciativa de buscar novos espaços para se expressar ampliando a própria noção de “política”.
Downloads
Referências
BARREIRA, Irlys Alencar Firmo. O labor criativo na pesquisa: experiencias de ensino e investigação em ciências sociais. Fortaleza: Imprensa Universitária 2017.
BECKER, Howard S. Truques da escrita. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2015.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 1999.
BOUTIN, A. C. D. B.; FLACH, S. de F.O movimento de ocupação de escolas públicas e suas contribuições para a emancipação humana. Revista Inter Ação, 42(2), 429-446. Disponível em: <https://doi.org/10.5216/ia.v42i2.45756> Acesso em: 07 de jan. 2024.
BRASIL. Estatuto da Juventude. Estatuto da Juventude: atos internacionais e normas correlatas. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2013. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/509232/001032616.pdf. Acesso em: 20 jan. 2024.
BRINGEL, Breno. O futuro anterior: continuidades e rupturas nos movimentos estudantis do Brasil. Eccos Revista Científica, v. 11, n. 1, p. 97-121, 2009.
CARNEIRO, Silmara et al. Juventude, Mundo do Trabalho e Vulnerabilidade Social: O desemprego juvenil no Brasil como uma expressão da condição de subalternidade da classe trabalhadora. Emancipação, n. 20, p. 9, 2020.
COSTA, AAF; GROPPO, LA (Orgs.). Movimento de ocupações estudantis no Brasil. São Carlos: Pedro e João Editores, 2018. 328 p. Praxis educativa, v. 14, n. 1, p. 381-386, 2019.
COSTA, Adriana Alves Fernnades; GROPPO, Luís Antonio. O movimento de ocupações estudantis no Brasil. São Carlos: Pedro & João Editores, 2018.
CUNHA, Luis. A retórica conservadora no Brasil contemporâneo e a produção de identidades políticas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA, 17., Porto Alegre, RS. Anais [...], Porto Alegre, 2015.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DAYRELL, Juárez. O jovem como sujeito social. Revista brasileira de educação , n. 24, pág. 40-52, 2003.
DE HOLLANDA, Heloisa Buarque. Explosão feminista: arte, cultura, política e universidade. Editora Companhia das Letras, 2018.
FORACCHI, Marialice Mencarini. A juventude na sociedade moderna. Livraria Pioneira Editora, 1972.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 1971.
GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação. v.16, n.47, mai-ago.2008.
GROPPO, Luis Antonio. Juventude: ensaios sobre a sociologia e história das juventudes modernas. Rio de Janeiro: Difel, 2000.
GROPPO, Luís Antonio; SILVA, RODRIGO. Experiência e subjetivação política nas ocupações estudantis no Rio Grande do Sul. Estudos Avançados, v. 34, n. 99, p. 409-424, 2020.
GROPPO, Luís Antonio; SILVA, RODRIGO. Experiência e subjetivação política nas ocupações estudantis no Rio Grande do Sul. Estudos Avançados, v. 34, n. 99, p. 409-424, 2020.
HOOKS, Bell. Ensinar a transgredir . Routledge, 2013.
LAHIRE, Bernard. Retratos Sociológicos. Disposições e variações individuais. Porto Alegre: Artmed, 2014.
LIMA FILHO, Irapuan Peixoto. Culturas juvenis e agrupamentos na escola: entre adesões e conflitos. Revista de Ciências Sociais: RCS, v. 45, n. 1, p. 103-118, 2014.
MACEDO, Regina Moura de; ESPINDOLA, Neila; RODRIGUES, Allan. “Não é só pelo diploma”: as ocupações das escolas e os processos curriculares. Revista e-Curriculum, São Paulo, v.14, n.04, p. 1358 – 1376 out./dez.2016 e-ISSN: 1809-3876. Programa de Pós-graduação Educação: Currículo – PUC/SP. Disponível em: < http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum > Acesso em: 23 de jan. 2023.
MELUCCI, Alberto. Juventude, tempo e movimentos sociais. Juventude e Contemporaneidade. Ed: UNESCO, MEC, ANPEd, Brasília, 2007.
AUTORA, 2020.
AUTORA, 2017.
AUTORA, 2020.
MIGUEL, Luis Felipe. Política de interesses, política do desvelo: representações e “singularidade feminina”. Revista Estudo Feministas, V.9, n.1, p. 253-267, 2001.
MINAYO, Maria Cecília Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
PAIS, J.M. Culturas juvenis. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda,1993.
PINTO, Celi Regina Jardim. Feminismo, História e Poder. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v. 18, n. 36, p. 15-23, jun. 2010.
POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Revista Estudos Históricos, v. 5, n. 10, p. 200-215, 1992.
PONCE, Branca Jurema. O currículo e seus desafios na escola pública brasileira: em busca da justiça curricular. Currículo sem fronteiras, v. 18, n. 3, 2018. Disponível em: <http://www.curriculosemfronteiras.org/vol18iss3articles/ponce.pdf>. Acesso em: 14 dez.
-possivel-e-necessaria/>. Acesso em: 20 jan. 2023.
RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. Autêntica, 2011.
RANCIÈRE, Jacques. O ódio à democracia. Boitempo Editorial, 2015.
RODRIGUES, Cibele Mª Lima. Movimentos sociais (no Brasil): conceitos e práticas. In: SINAIS – Revista Eletrônica – Ciências Sociais. Vitória: CCHN, UFES, Edição n.09, v.1, Julho. 2011.
SEGATO, Rita Laura. Os percursos do gênero na antropologia e para além dela. Sociedade e Estado, v. 12, n. 02, p. 235-262, 1997.
SILVA, João Paulo de Souza da; MEI, Danielle Scheffelmeier.O QUE APRENDEMOS DAS OCUPAÇÕES NAS ESCOLAS EM 2015 E 2016. CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 14., 2019, Curitiba: Editora Universitária Champagnat, 2019. 14 p. Disponível em: <https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/23034_11802.pdf.> Acesso em: 10 dez. 2023.
SILVEIRA, Isabella Batista. “Lute como uma menina”: gênero e processos de
SOFIATI, Luís Antonio Groppo; Ana Luisa Fayet Sallas; Flávio Munhoz (org.). A PRESENÇA DA FELICIDADE: ocupações estudantis no brasil em 2015 e 2016. Curitiba: Editora CRV, 2022.
SOUSA, J. T. P. Reinvenções da utopia: a militância política de jovens nos anos 90. São Paulo: Hacker Editores. 1999.
ZINET, C. Centro de referências em educação integral. Escolas ocupadas mostram que outra educação é possível e necessária. 08 jun. 2016. Disponível em: <http://educacaointegral.org.br/reportagens/escolas-ocupadas-mostram-que-outra-educacao-e-