Crescimento da moringa sob diferentes concentrações das soluções nutritivas preparadas com água salobra
DOI:
https://doi.org/10.19149/wrim.v14i1-3.5384Palavras-chave:
Moringa oleifera Lam, cultivo hidropônico, estresse salino, composição da solução nutritiva, nutrição de plantasResumo
A escassez de água em regiões semiáridas, como no Nordeste brasileiro, tem motivado o uso de águas salobras para irrigação dos cultivos. Porém, o uso dessas águas apresenta desafios tanto no que diz respeito à salinização do solo quanto à resposta das plantas ao estresse salino. Portanto, o cultivo de espécies tolerantes à salinidade pode ser uma estratégia para o uso dessas águas. Nesse contexto, uma espécie com potencial para o cultivo sob tais condições adversas é a moringa (Moringa oleifera Lam.). O objetivo do presente estudo foi avaliar o crescimento inicial da moringa em sistema hidropônico floating sob diferentes concentrações das soluções nutritivas preparadas com água salobra. O experimento foi realizado em casa de vegetação, usando um delineamento de blocos casualizados em esquema fatorial 2 × 4: dois níveis de condutividade elétrica da água (CEa) (0,3 e 5,0 dS m-1 com NaCl) foram combinados com quatro concentrações das soluções nutritivas (CSN) (25, 50, 75 e 100%). Cada unidade experimental consistiu de um vaso plástico de 2 L de capacidade. As plantas foram cultivadas sob essas condições por 25 dias, com avaliações não destrutivas realizadas a cada cinco dias (dos 10 aos 20 dias) dos seguintes parâmetros: altura de planta (AP), diâmetro do caule (DC), número de folhas (NF) e índices das clorofilas a e b (ICla e IClb). Ao final do experimento (25 dias), além das avaliações biométricas realizadas, determinaram-se as massas de matéria fresca (MFPA) e seca da parte aérea (MSPA), os teores de Na⁺, K⁺ e Cl- e a razão Na⁺/K⁺ nos tecidos foliares e caulinares das plantas. As variáveis biométricas (AP, DC e NF) foram afetadas isoladamente pelo estresse salino, que variou de acordo com o período de avaliação. ICla e IClb apresentaram respostas diferenciadas ao estresse salino, com variações tanto em função da CSN quanto dos períodos de avaliações. Os teores de K+ tanto nas folhas quanto no caule sofreram mudanças significativas em função dos fatores isolados; enquanto para os teores de Na+ e Cl- e a razão Na⁺/K⁺, houve efeito significativo da interação entre os fatores. Sob condições de estresse salino, as produções de MFPA e MSPA foram maximizadas com 62,75 e 64,38% da CSN, respectivamente. Portanto, pode-se concluir que, para o cultivo sob condições de estresse salino pode-se reduzir a concentração de nutrientes das soluções nutritivas mantendo a produção de biomassa.