PICS em saúde mental: Oficinas de relaxamento e meditação
DOI:
https://doi.org/10.46635/revise.v5ifluxocontinuo.1384Resumo
Este relato de experiência buscou analisar as vivências e identificar os aprendizados de usuárias adultas em duas oficinas terapêuticas de relaxamento e meditação, desenvolvidas em um ambulatório de saúde mental do município na cidade de Salvador. Foi utilizada uma metodologia qualitativa, cuja abordagem foi o estudo de caso de dois grupos, no período de fevereiro a abril de 2013. Participaram 19 mulheres com idades que variaram entre 28 a 58 anos, com diferentes níveis de escolaridade, apresentando transtornos mentais moderados (CID-10 F32 e F43.2). Os procedimentos de coleta de dados basearam-se em observação participante, registros em diários de campo, grupo focal e entrevistas semi-estruturadas. Além da análise estatística descritiva, procedeu-se a hermenêutica-dialética dos dados qualitativos provenientes dos relatos das vivências e dos aprendizados oriundos das práticas. Durante as vivências, as falas estiveram relacionadas tanto a transtornos mentais quanto à saúde mental. Os transtornos mentais mais citados foram nervosismo, estresse, tensão, confusão e mal-estar. As categorias indicativas de saúde mental estiveram correlacionadas à convivência, relacionamento, vínculo, estabelecimento de limites e bem-estar. Os aprendizados mais referidos foram experiências de paz, sabedoria, tranquilidade, alegria e relaxamento. Desse modo, foram identificados resultados positivos nas vivências e aprendizados relatados por usuárias adultas que poderão contribuir para repensar a política e as tecnologias de cuidado assistenciais visando a implantação e implementação dessa nova modalidade de intervenção terapêutica a nível ambulatorial na área de saúde mental, desconstruindo, portanto, o paradigma vigente de que as oficinas terapêuticas só são adequadas, desenvolvidas e aplicadas em CAPS.
Palavras-chave: oficina, saúde mental, relaxamento, meditação.