O homossexualismo e a militância revolucionária

Autores

  • Amilcar Baiardi

Palavras-chave:

Homossexualismo, Militância revolucionária, Preconceitos

Resumo

O presente artigo tenta focalizar as reações e os preconceitos que existiram no âmbito das
organizações revolucionárias no Brasil, no que concerne ao homossexualismo entre militantes. Durante
o período da ditadura militar (1964-1984) essa militância envolvia riscos e expunha os quadros
organizacionais a prisões e torturas, muitas vezes seguidas de assassinatos. A partir de um approach
tipicamente machista, havia a crença que homossexuais não teriam "fibra" ou nível ideológico para
resistir a essas ameaças. No máximo admitia-se que homossexuais fossem simpatizantes, mas não
militantes. O homossexualismo sempre foi um tabu para a esquerda tradicional. Governos stalinistas
e dirigentes de esquerda com corte autoritário chegaram a discriminar, reprimir e criminalizar o
homossexualismo. Devido a forte influência do movimento comunista internacional sobre o
pensamento da esquerda brasileira, os preconceitos em relação ao homossexualismo foram absorvidos
pelas organizações revolucionárias. O presente texto busca detectar causas históricas desse preconceito
no episódio do comportamento de Garcia Lorca frente à morte e traz como contraponto o exemplo
de Hebert Daniel, certamente um dos mais valorosos combatentes da luta armada no Brasil, que era
homossexual.

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Publicado

2019-01-19

Edição

Seção

Ensaio