JUVENICÍDIO E RACISMO ESTRUTURAL
O Genocídio da Juventude Negra como Expressão Trágica da Violação de Direitos
Palabras clave:
Juvenicídio, Racismo Estrutural, Genocídio, Violência PolicialResumen
O presente artigo visa analisar o racismo estrutural como elemento estruturante do juvenicídio brasileiro. Aborda o juvenicídio, enquanto fenômeno associado à morte sistemática da juventude, relacionada à intensa desigualdade social que impacta na trajetória de vida e morte das juventudes, em especial negra e periferizada brasileira. Analisa os relatos orais de jovens negros e moradores de territórios com altos índices de mortalidade juvenil, coletados por meio de uma investigação que buscou investigar o fenômeno do juvenicídio no Estado do Rio Grande do Sul. Evidencia que o racismo estrutural é o componente central do juvenicídio, sendo que tal fenômeno ocorre como um processo, enquanto síntese de inúmeras determinações no que se refere a inúmeras violações de direitos, às quais a juventude negra está submetida nas perversas relações de classe e raça que compõem a desigualdade social brasileira. O racismo estrutural se constitui como fenômeno multifacetado que se manifesta em inúmeras situações na vida das juventudes entrevistadas, com destaque para a violência policial direcionada à juventude negra. Ressalta-se que as ações de enfrentamento aos altos índices de mortalidade juvenil devem, necessariamente, passar pela luta contra as desigualdades sociais e raciais que marcam as trajetórias juvenis.