Richard Rorty e a emergência da filosofia pós-analítica nos Estados Unidos: transformações institucionais e crise disciplinar, 1970-1980
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v17i1.787Palavras-chave:
Filosofia norte-americana contemporânea; Richard Rorty; Filosofia pós-analítica; Ensino superior.Resumo
Pode a história das instituições de ensino superior nos ajudar a compreender as causas de controvérsias filosóficas e os processos de mudança intelectual pelo qual velhos estilos intelectuais são substituídos por novos? Neste artigo, associo a emergência da filosofia pós-analítica nos Estados Unidos a partir da década de 1970 à reforma e expansão do sistema de ensino superior daquele país na segunda metade do século XX, que afetou a filosofia enquanto disciplina acadêmica e profissão. Tomando como ponto de partida as reflexões de Richard Rorty a respeito do estado da disciplina no início dos anos 1980, mostro como seu diagnóstico de crise disciplinar, elaborado na forma de uma crítica filosófica aos pressupostos teóricos e metodológicos da filosofia analítica, é resultado de um processo mais longo e amplo de transformação das bases institucionais da vida filosófica profissional nos Estados Unidos.
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