Mandelbaum: crítica ao antiessencialismo na arte e sua interpretação problemática da noção wittgensteiniana de semelhança de família

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2816

Palavras-chave:

Arte; Antiessencialismo; Semelhança de família; Ver e ver como.

Resumo

O presente artigo aborda a crítica de Maurice Mandelbaum ao antiessencialismo na arte de orientação wittgensteiniana. Mandelbaum tece críticas posição comum de Paul Ziff, Morris Weitz e Willian Kennick segundo a qual a definição do conceito de arte não poder ser estabelecida em termos essencialistas. De acordo com Mandelbaum, a tese antiessencialista falha porque se pauta em propriedades observáveis para alegar que não há propriedade necessária e suficiente que percorre o conjunto de todas as obras de arte. Nesse sentido, a definição do conceito de arte poderia ser estabelecida mediante propriedades relacionais. O ataque de Mandelbaum se concentra na noção de semelhança de família desenvolvida por Ludwig Wittgenstein nas Investigações Filosóficas. Em sua interpretação da referida noção, Mandelbaum pressupõe que Wittgenstein estaria se referindo a propriedades diretamente exibidas. Todavia, o artigo defende que a crítica de Mandelbaum não se justifica pois ignora a distinção entre ver e ver como que o próprio Wittgenstein realiza na passagem XI de sua mencionada obra.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marco Gobatto, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutorando(a) em Filosofia na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina - PR, Brasil.

Referências

D’OREY, Carmo. O que é a arte? A perspectiva analítica. Lisboa: Dinalivro, 2007.

KENNICK, Willian E. Does traditional aesthetics rest on a mistake? In: Mind, New Series. Vol. 67. nº 267 (Jul. 1958), pp. 317 – 334.

MANDELBAUM, Maurice. Family resemblances and generalization concerning the arts. In: American Philosophical Quarterly. Vol. 2, n° 3 (July, 1965), pp. 219 – 228.

RAMME, Noeli. É possível definir “arte”? In: Analytica, Rio de Janeiro, V. 13 n. 1, pp. 197 – 212, 2009.

SIQUEIRA, Jean Rodrigues. Filosofia analítica e a produção artística contemporânea: a teoria do conceito agregativo como proposta da superação do desafio da escalabilidade à teoria estética. Tese de Doutorado em Educação, Arte e História da Cultura. Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2017.

WEITZ, Morris. O papel da teoria na estética. In: D’OREY, Carmo. O que é a arte? A perspectiva analítica. Lisboa: Dinalivro, 2007.

WITTGENSTEIN, Ludwig J. Investigações Filosóficas. Trad. José Carlos Bruni. São Paulo: Editora Nova Cultura, 1999.

ZIFF, Paul. The task of defining a work of art. In: The Philosophical Review, Vol. 62, n° 1 (Jan. 1953), pp. 58 – 78.

Downloads

Publicado

2022-06-19

Como Citar

GOBATTO, Marco. Mandelbaum: crítica ao antiessencialismo na arte e sua interpretação problemática da noção wittgensteiniana de semelhança de família. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 74–87, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2816. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/2816. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos