As três fases do problema da demarcação
DOI :
https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i1.2704Mots-clés :
Problema da Demarcação; Ciência; Pseudociência; Critério de demarcação.Résumé
Este artigo busca alcançar dois objetivos. Primeiro, apresentar uma análise panorâmica das três principais concepções contemporâneas sobre o problema da demarcação. Tradicionalmente, o problema da demarcação pretendeu delimitar conceitualmente as fronteiras entre “ciência”, “não-ciência” e/ou “pseudociência” via critérios e definições de ciência ou de cientificidade. Tal problemática – principalmente no século XX, mas não só – fez-se presente como um dos grandes desafios intelectuais da filosofia da ciência e em áreas afins. Com efeito, nossa análise produziu uma divisão que recorta três fases principais, a saber, perspectivas otimistas, pessimistas e, por assim dizer, perspectivas híbridas. À luz desse contexto, e a fim de apoiar a arquitetura geral do artigo, selecionamos dois autores de cada uma dessas fases para uma análise esquemática. Segundo, buscamos, ao final, argumentar que o problema da demarcação é melhor compreendido e respondido se caracterizado como mais do que um problema exclusivamente metodológico e epistemológico, isto é, nessa acepção ele seria também um problema valorativo com contornos políticos, sociais e, portanto, prático. Chamamos isso de: dimensão dual do problema da demarcação. Ademais, destacamos que nossa ênfase nesta interpretação está de acordo, essencialmente, ao que defende a terceira abordagem analisada neste trabalho. Ao final, defendemos que a terceira concepção aqui esboçada é uma alternativa comparativamente melhor do que as demais.
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