As três fases do problema da demarcação
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i1.2704Palabras clave:
Problema da Demarcação; Ciência; Pseudociência; Critério de demarcação.Resumen
Este artigo busca alcançar dois objetivos. Primeiro, apresentar uma análise panorâmica das três principais concepções contemporâneas sobre o problema da demarcação. Tradicionalmente, o problema da demarcação pretendeu delimitar conceitualmente as fronteiras entre “ciência”, “não-ciência” e/ou “pseudociência” via critérios e definições de ciência ou de cientificidade. Tal problemática – principalmente no século XX, mas não só – fez-se presente como um dos grandes desafios intelectuais da filosofia da ciência e em áreas afins. Com efeito, nossa análise produziu uma divisão que recorta três fases principais, a saber, perspectivas otimistas, pessimistas e, por assim dizer, perspectivas híbridas. À luz desse contexto, e a fim de apoiar a arquitetura geral do artigo, selecionamos dois autores de cada uma dessas fases para uma análise esquemática. Segundo, buscamos, ao final, argumentar que o problema da demarcação é melhor compreendido e respondido se caracterizado como mais do que um problema exclusivamente metodológico e epistemológico, isto é, nessa acepção ele seria também um problema valorativo com contornos políticos, sociais e, portanto, prático. Chamamos isso de: dimensão dual do problema da demarcação. Ademais, destacamos que nossa ênfase nesta interpretação está de acordo, essencialmente, ao que defende a terceira abordagem analisada neste trabalho. Ao final, defendemos que a terceira concepção aqui esboçada é uma alternativa comparativamente melhor do que as demais.
Descargas
Citas
ABRANTES, Paulo. Método e ciência: uma abordagem filosófica. Belo Horizonte: Fino Traço, 2020.
ANDERSEN, Hanne; HEPBURN, Brian. Scientific Method. In. ZALTA, E. The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2021. Disponível em: https://plato.stanford.edu/entries/scientific-method/#PopFal/>. Acessado em: Ago. 2021.
BARTLEY, Willian. Theories of Demarcation between Science and Metaphysics. In: (Ed) LAKATOS, Imre; MUSGRAVE, Alan. Problems in the Philosophy of Science. Amsterdam: North-Holland Publishing Campany, 1968, pp.40-119.
BEJARANO, Nelson; ADURIZ-BRAVO, Agustpin; (et al). Natureza da ciência (NOS): para além do consenso. Ciênc. Educ. Baruru: v.25, n.4, pp.967-982, 2019.
CARNAP, Rudolf. A superação da metafísica pela análise lógica da linguagem. Cadernos de Filosofia Alemã: v.21, n.2, pp.95-114, [1931] 2016.
CHALMERS, Alan. O que é Ciência afinal?. São Paulo: Brasiliense, 1993.
CREATH, Richard. Logical empiricism. In. ZALTA, E. The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2017. Disponível em: https://plato.stanford.edu/entries/logical-empiricism/#EmpVerAntMet/>. Acessado em: Ago. 2021.
DUTRA, Luiz. A demarcação entre ciência e metafísica: a crítica de Popper ao positivismo lógico. 1990. 210 f. Dissertação (Mestrado em filosofia). Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
DUTRA, Luiz. Introdução à teoria da Ciência. Florianópolis: Ed. UFSC, 2017.
EDMONDS, David; EIDINOW, John. O atiçador de Wittgenstein. Rio de Janeiro: Defel, 2010.
FEYERABEND, Paul. A Ciência em uma Sociedade livre. São Paulo: Edusp [1978] 2011b.
FEYERABEND, Paul. Contra o Método. São Paulo: Edusp [1975] 2011.
FEYERABEND, Paul. Diálogos sobre o conhecimento. São Paulo: Perspectiva [1991] 2012.
GAUQUELIN, M. The cosmic clocks. Chicago: Henry Regnery, 1967.
GODFREY-SMITH, Peter. Theory and Reality: un introduction to the Philosophy of Science. Chicago: Chicago University Press, 2003.
HAACK, Susan. Just say ‘no’ to logical negativism. In: Putting Philosophy to Work. New York: Promethues Books, 2013.
HAACK, Susan. Six signs of scientism. Logos & Episteme: v.3, pp.75-95, 2012.
HORGAN, John. O fim da ciência: uma discussão sobre os limites do conhecimento científico. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
HOYNINGEN-HUENE, Paul. Systematicity: the nature of science. New York; Oxford: University Press, 2013.
KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, [1962] 2011.
KUHN, Thomas. Lógica da Descoberta ou Psicologia da Pesquisa?. In: A tensão essencial. São Paulo: Unesp, [1970] 2011b, pp.283-311.
LAKATOS, Imre. O falseamento e a metodologia dos programas de pesquisa. In: (Ed) LAKATOS, Imre; MUSGRAVE, Alan. São Paulo: Cultrix, [1970] 1979, pp.109-243.
LAKATOS, Imre. Popper on demarcation and induction. In: SCHIPP, Paul (Ed). The philosophy os Karl Popper. La salle: Open Court, v.1, 1974, pp.241-264.
LAUDAN, Larry. Commentary: Science at the Bar – Causes for concern. In: CURT, Martin (Org). Philosophy of Science: the central issues, 1998. New York; London: W.W. Norton & Company, 1982, pp.48-53.
LAUDAN, Larry. O Progresso e seus problemas: rumo a uma teoria do crescimento científico. São Paulo: Unesp, [1977] 2011.
LAUDAN, Larry. Teorias do método científico de Platão a Mach. Cad.Hist.Fil.Ci: v.10, n.3, pp. 9-140, 2000.
LAUDAN, Larry. The demise of the demarcation problem. In: (Ed) COHEN, Robert & LAUDAN, Larry. Physics, Philosophy, and Psychoanalysis. Dordrecht: D. Reidel Publishing Company, 1983, pp.111-127.
LOSEE, John. A Historical introduction to the Philosophy of Science. New York: Oxford University Press, 2001.
MAHNER, Martin. Science and Pseudoscience: how to demarcation after the (allegend) demise of the demarcation. In: PIGLIUCCI, Massimo; BOUDRY, Maarten (Org). Philosophy of Pseudoscience: reconsidering the demarcation problem. Chicago: Chicago University Press, 2013, pp.29-43.
MCINTYRE, Lee. The Scientific Attitude: defending science from denial, and pseudoscience. Cambridge: MIT Press, 2019.
MILLER, David. Falsabilidad – ¿Más que una convención?. Rosário: Universidad Nacional de Rosário, 2008.
MILLER, David. Karl Raimmund Popper. Khronos: revista de história da ciência, n.1, pp.13-78, 2010.
MOTTERLINI, Matteo (Ed). For and Against Method. Chicago; London: The University of Chicago Press, 1999.
MOULINES, Carlos. O desenvolvimento moderno da filosofia da ciência (1890-2000). São Paulo: Ed. Scientiae Studia, 2020.
MUSGRAVE, Alan; PIGDEN, Charles. Imre Lakatos. In. ZALTA, E. The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2021. Disponível em: https://plato.stanford.edu/entries/lakatos/>. Acessado em: Ago. 2021.
NUMBERS, Ronald. Criacionismo científico e design. In. HARRISON, Peter (Org). Ciência e Religião. São Paulo: Ideias & Livros, 2014, pp.165-190.
OUELBANI, Mélika. O Círculo de Viena. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
OVERTON, Willian. Creationism in school: the decision in McLean versus the Arkansas Board of Education. Science 215: pp.934-943, 1982.
POPPER, Karl. A Ciência: Conjecturas e Refutações. In. Conjecturas e refutações. Brasília: Editora Universidade de Brasília, [1963] 2008, pp.63-88.
POPPER, Karl. Autobiografia intelectual. São Paulo: Cultrix, 1977.
POPPER, Karl. Conhecimento Objetivo. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975, pp.13-40.
POPPER, Karl. The Logic of Scientific Discovery. London: Routledge, [1959] 2002.
PRESTON, John. Paul Feyerabend. In. ZALTA, E. The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2020. Disponível em: https://plato.stanford.edu/entries/feyerabend/>. Acessado em: Ago. 2021.
RESNIK, David. A Pragmatic Approach to the Demarcation Problem. Stud. Hist. Sci: v.31, pp.249-267, 2000.
RUSE, Michael. Ateísmo, naturalismo e ciência: três em um?. In. HARRISON, Peter (Org). Ciência e Religião. São Paulo: Ideias & Livros, 2014, pp.287-306.
RUSE, Michael. Creation-Science is not Science. In. CURT, Martin (Org.). Philosophy of Science: the central issues, 1998. New York; London: W.W. Norton & Company, 1982, pp.38-47.
RUSE, Micheal. Responded to the commentary: pro judice. In. CURT, Martin (Org). Philosophy of Science: the central issues, 1998. New York; London: W.W. Norton & Company, 1982b, pp.54-61.
SOKAL, Alan; BRICMONT, Jean. Imposturas Intelectuais: o abuso da ciência pelos filósofos pós-modernos. Rio de Janeiro: Record, 2006.
STEGMÜLLER, Wolfgang. A Filosofia Contemporânea. São Paulo: EPU Universidade de São Paulo, 1977, v.2, pp.275-307.
THAGARD, Paul. Computational Philosophy of Science. Cambridge: MIT Press, pp.157-173, 1988.
THAGARD, Paul. Why Astrology is a Pseudoscience. Philosophy of Science Association: vol. 1, pp.223-234, 1978.
ZIMAN, John. Conhecimento Público. São Paulo: Universidade de São Paulo. [1968] 1979.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Robson Carvalho
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores que publican en Griot: Revista de Filosofía mantienen los derechos de autor y conceden a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitiendo compartir y adaptación, incluso con fines comerciales, con el debido reconocimiento de la autoría y publicación inicial en esta revista. Lea mas...