Percepção de contrastes oclusivos do Português de alunos moçambicanos que têm o Emakhuwa como língua materna
Mots-clés :
PALAVRAS-CHAVE Perceção da fala; Contrastes fonológicos; Língua segundaRésumé
No presente artigo apresentamos e discutimos a forma como alunos moçambicanos da 6ª classe, que têm o Emakhuwa[1] como língua materna, percebem os contrastes fonológicos das consoantes oclusivas do Português como língua segunda, tendo em conta que, diferentemente do Português, o Emakhuwa não apresenta, no seu sistema fonológico, os fonemas sonoros /b, d, g/, possuindo apenas os fonemas surdos /p, t, k/ (cf. SITOE & NGUNGA, 2000; NGUNGA & FAKIR, 2011). Pretendemos, especificamente, descrever o desempenho percetual-auditivo de consoantes oclusivas do Português de alunos da 6 ª classe que têm o Emakhuwa como língua materna. Para auxiliar na compreensão, criamos um grupo de controlo que tem Português como língua materna. No âmbito da recolha de dados foi configurado um teste para avaliar o desempenho percetual e auditivo dos participantes a partir da actividade de identificação, também conhecida como tarefa de escolha forçada, e envolve contrastes fonológicos do Português na posição de Onset silábico. Dentre as nossas conclusões destacamos o facto de que os participantes que têm o Emakhuwa como língua materna e Português como lingua segunda, tiveram dificuldades na identificação de contrastes fonológicos que envolvem fonemas sonoros ao confundi-las com as consoantes surdas que são aquelas disponíveis no seu sistema fonológico. Outro aspeto destacável no âmbito das conclusões relaciona-se com o facto de os participantes do grupo experimental terem apresentado um desempenho numericamente inferior relativamente ao dos participantes do grupo de controlo.
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Références
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