E daí? f...-se a vida
globalização, população negra e COVID-19 no Brasil
Resumo
Desastres ambientais, guerras e pandemias têm sido pesquisadas ao longo da
história da ciência. Cientistas de um modo geral, e os cientistas sociais em particular,
desenvolveram modelos interpretativos acerca destes eventos que permanecem se
inscrevendo de modo denso e dramático na História das sociedades. Em algumas
oportunidades, estes fenômenos têm a capacidade de modificar rumos e trajetórias de
indivíduos, grupos e sociedades. Parece que nestes tempos presentes enfrentamos algo
desta envergadura.
O abalo sísmico ocorrido em Porto Príncipe, capital do Haiti, em 2010; o
genocídio ocorrido em Ruanda em 1994; e a gripe espanhola que se espalhou pelo
mundo na segunda metade da década de 1910 foram profundamente estudados por
especialistas de diferentes áreas do conhecimento humano, ao mesmo tempo em que os
saberes populares também produziam conhecimento acerca dos exemplos mencionados.
Variáveis culturais, sociais, políticas e históricas nos possibilitam aproximar o
terremoto no país caribenho, a guerra fratricida no coração da África e a enfermidade
que ceifou a vida de Francisco de Paula Rodrigues Alves, o quinto presidente do Brasil,
à pandemia do coronavírus que rapidamente se globalizou.