Síndrome da hiper convivência em época de quarentena
Resumo
Vivemos um estado de nova pandemia, por mais uma virose de proporção mundial e tamanha agressividade, cujas consequências físicas, socioeconômicas e culturais são gigantescas. No início do século 20, entre 1918 e 1920, a humanidade foi surpreendida por uma virose causada pela influenza H1N1, conhecida como Gripe Espanhola. Em plena Primeira Guerra mundial, na qual o cenário era de condições sanitárias precárias, proliferação de microrganismos, fragilidade das instituições de saúde e comunicação mundial inimaginável para época. As medidas de quarentena foram refletidas após muito tempo de surto e constatou-se cerca de 500 milhões de infectados, além de 50 a 100 milhões de mortes no planeta, caracterizando uma imensa devastação social e um forte impacto mental nas pessoas.
Nos dias atuais, século 21, marcado pela globalização, comunicação ampla e características migratórias impactantes por diferentes cantos do mundo, um vírus dessa magnitude chega sem impor fronteiras geográficas e assume um lugar cosmopolita, determinando uma das maiores pandemias que a saúde já vivenciou. Agora, na contramão desta virose de um século atrás, medidas de quarentena já foram assimiladas pelas instituições sérias da saúde de muitas nações, podendo-se afirmar o consenso desta conduta no controle e proteção social dos sistemas de saúde globais. Entretanto, percebemos que essa lição não foi seguida à risca por outras, que vivem os reflexos desastrosos da ausência de medidas de isolamento social a tempo e, inevitavelmente, os sistemas de saúde entraram em colapso pela demanda de hospitalização, sem preparo prévio, a citar países como a Espanha, os EUA, o Reino Unido e a Itália.