Dona Laurinda
Resumo
Naquela manhã de abril, o dia teve início com a melodia sôfrega da chuva. Finas gotas de notas musicais trincavam sobre o telhado como dedos ágeis a percorrer as teclas de um piano. Era, realmente, uma manhã melancólica aquela: o céu acinzentado que escondia o Sol, causando a sensação de que ainda era noite, e o choro manso das nuvens deixavam Dona Laurinda triste. É verdade que há muito andava assim um tanto sorumbática, silenciosa, pensativa. Mas, especialmente naquela manhã, se sentia mais infeliz. Talvez seu estado entristecido e o tempo chuvoso fossem o resultado de um mesmo impulso, uma mesma tensão, que, até o fim do dia, se rasgaria em um choro diluvioso.
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Publicado
2022-06-01
Edição
Seção
Relato de experiências