Compostos voláteis em cachaças de alambique produzidas por leveduras selecionadas e por fermentação espontânea

Autores

  • Raquel Cristina Fonseca Gonçalves Departamento de Química - CEFET-MG
  • Mariana Mendonça Geraime Teodoro Departamento de Química - CEFET-MG
  • Ana Maria de Resende Machado Departamento de Química - CEFET-MG
  • Fátima de Cássia Oliveira Gomes Departamento de Química - CEFET-MG
  • Fernanda Badotti Departamento de Química - CEFET-MG
  • Maria das Graças Cardoso Departamento de Química - UFLA

Resumo

A cachaça de alambique é uma bebida tradicional do Brasil e apreciada em todo o mundo. Atualmente, uma pequena parcela da cachaça produzida no País é exportada, entretanto, existe grande interesse por parte dos produtores em aumentar tal percentual. Uma das barreiras para aumentar a exportação é a variação na composição química da bebida entre safras, ocasionada, dentre outras razões, pelo precário controle do processo fermentativo. A utilização de linhagens selecionadas de Saccharomyces cerevisiae no processo de fermentação representa uma alternativa para a obtenção de bebidas com características sensoriais constantes e qualidade superior. Neste trabalho, a composição química de cachaças produzidas por fermentação espontânea e selecionada foi avaliada. A concentração dos compostos voláteis de todas as amostras analisadas estão de acordo com os limites estabelecidos pela legislação brasileira. As bebidas produzidas por leveduras selecionadas produziram valores inferiores de acidez volátil, e menor variação, quando comparada àquelas obtidas por fermentação espontânea.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alcarde, A. R., Monteiro, B. M. D. S., & Belluco, A. E. D. S. (2012). Composição química de aguardentes de cana-de-açúcar fermentadas por diferentes cepas de levedura Saccharomyces cerevisiae. Química Nova, 35 (8), 1612-1618.

Badotti, F., Gomes, F. C., & Rosa, C. A. (2012). Brazilian Cachaça. In Handbook of Plant-Based Fermented Food and Beverage Technology, (Second Edition, pp. 639-648). CRC Press.

Badotti, F., Belloch, C., Rosa, C. A., Barrio, E., & Querol, A. (2010). Physiological and molecular characterisation of Saccharomyces cerevisiae cachaça strains isolated from different geographic regions in Brazil. World Journal of Microbiology and Biotechnology, 26 (4), 579-587.

Bogusz Jr., S., Ketzer, D. C. M. U., Gubert, R. U., & Andrades, L. U. (2006). Composição química da cachaça produzida na região noroeste do Rio Grande do Sul, Brasil. Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Boscolo, M., Bezerra, C. W., Cardoso, D. R., Lima Neto, B. S., & Franco, D. W. (2000). Identification and dosage by HRGC of minor alcohols and esters in Brazilian sugar-cane spirit. Journal of the Brazilian Chemical Society, 11(1), 86-90.

Boza, Y., & Horii, J. (1998). Influência da destilação sobre a composição e a qualidade sensorial da aguardente de cana-de-açúcar. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 18 (4), 391-396.

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2005). Instrução Normativa n. 13, de 29 de junho de 2005. Aprova o regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade para aguardente de cana e para cachaça. Brasília: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil (p. 3, Seção 1).

Capece, A., Romaniello, R., Siesto, G., Pietrafesa, R., Massari, C., Poeta, C., & Romano, P. (2010). Selection of indigenous Saccharomyces cerevisiae strains for Nero d'Avola wine and evaluation of selected starter implantation in pilot fermentation. International journal of food microbiology, 144 (1), 187-192.

Cardeal, Z. L., De Souza, P. P., Da Silva, M. G., & Marriott, P. J. (2008). Comprehensive two-dimensional gas chromatography for fingerprint pattern recognition in cachaça production. Talanta, 74 (4), 793-799.

Cardoso, M. G. (2013). Produção de aguardente de cana (3 ed. rev. ampl., 444p). Lavras: Editora UFLA.

Ferreira, D. F. (2008). SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Symposium , 6 (2), 36-41.

Gomes, F. C. O., Silva, C. L. C., Marini, M. M., Oliveira, E. S., & Rosa, C. A. (2007). Use of selected indigenous Saccharomyces cerevisiae strains for the production of the traditional cachaça in Brazil. Journal of applied microbiology, 103( 6), 2438-2447.

Instituto Brasileiro da Cachaça Recuperado em 19 de Junho, 2017, de: http://www.ibraccachacas.org/index.php/noticias/41-cachaca-na-midia.

Marini, M. M., Gomes, F. C., Silva, C. L., Cadete, R. M., Badotti, F., Oliveira, E. S., & Rosa, C. A. (2009). The use of selected starter Saccharomyces cerevisiae strains to produce traditional and industrial cachaça: a comparative study. World Journal of Microbiology and Biotechnology, 25 (2), 235-242.

McMahon, D. M., Winstead, S., & Weant, K. A. (2009). Toxic alcohol ingestions: focus on ethylene glycol and methanol. Advanced emergency nursing journal, 31 (3), 206-213.

Moreira, R. F., Netto, C. C., & de Maria, C. A. (2012). A fração volátil das aguardentes de cana produzidas no Brasil. Química. Nova, 35 (9), 1819-1826.

Nascimento, E. S., Cardoso, D. R., & Franco, D. W. (2009). Comparação de técnicas de determinação de ésteres em cachaça. Química Nova, 32 (9), 2323-2327.

Nóbrega, I. C. D. C. (2003). Análise dos compostos voláteis da aguardente de cana por concentração dinâmica do" headspace" e cromatografia gasosa-espectrometria de massas. Ciência Tecnologia de Alimentos. 23 (2), 210-216.

Nykanen, L, Nykanen, I. (1991). Distilled beverages. In: Maarse, H. (Ed.) Volatile compounds in food and beverages (pp. 548-580). New York: Dekker.

Oliveira, E. S., Cardello, H. M. A. B., Jeronimo, E. M., Souza, E. L. R., & Serra, G. E. (2005). The influence of different yeasts on the fermentation, composition and sensory quality of cachaça. World Journal of Microbiology and Biotechnology, 21 (5), 707-715.

Penteado, J. C. P., & Masini, J. C. (2009). Heterogeneidade de álcoois secundários em aguardentes brasileiras de diversas origens e processos de fabricação. Química Nova, 32 (5), 1212-1215.

Santos, V. R., & Faria, J. B. (2011). Efeito da adição de açúcar na qualidade sensorial de cachaça obtida tradicionalmente e redestilada. Brazilian Journal of Food & Nutrition, 22 (3).

Serafim, F.A.T. et al. (2013). Correlation between Chemical Composition and Sensory Properties of Brazilian Sugarcane Spirits (Cachaças). Journal of the Brazilian Chemical Society, 24 (6), 973-982.

Silva, P. H. A. D., Santos, J. D. O., Araújo, L. D., Faria, F. C., Pereira, A. F., Oliveira, V. A. D., & Brandão, R. L. (2009). Avaliação cromatográfica de compostos voláteis de cachaças produzidas com leveduras de diferentes procedências. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 29 (1), 100-106.

Soares, T. L., Silva, C. F., & Schwan, R. F. (2011). Acompanhamento do processo de fermentação para produção de cachaça através de métodos microbiológicos e físico-químicos com diferentes isolados de Saccharomyces cerevisiae. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 184-187.

Souza, L. M., Ferreira, K. S., Passoni, L. C., Bevitori, A. B., Melo, K. V., & Viana, A. R. (2009). Teores de compostos orgânicos em cachaças produzidas na região norte fluminense. Química Nova, 32 (9), 2304-2309.

Vichi, S., Santini, C., Natali, N., Riponi, C., Lopez-Tamames, E., & Buxaderas, S. (2007). Volatile and semi-volatile components of oak wood chips analysed by accelerated solvent extraction (ASE) coupled to gas chromatography–mass spectrometry (GC–MS). Food Chemistry, 102(4), 1260-1269.

Vilela, F. J., Cardoso, M. D. G., Masson, J. C. F. D. E. T. D. C., & Anjos, J. P. D. (2007). Determinação das composições físico-químicas de cachaças do sul de Minas Gerais e de suas misturas. Ciência e Agrotecnologia, 31(4), 1089-1094.

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 13, de 29 de junho de 2005. Aprova o regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade para aguardente de cana e para cachaça. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, p. 3, 30 jun. 2005. Seção 1.

CAPECE, A. et al. Selection of indigenous Saccharomyces cerevisiae strains for Nero d'Avola wine and evaluation of selected starter implantation in pilot fermentation. International Journal of Food Microbiology, v.144, p.187–192, 2010.

CARDEAL, Z. L. et al. Comprehensive two-dimensional gas chromatography for fingerprint pattern recognition in cachaca production. Talanta, v.74, n.4, p. 793-799, 2008.

CARDOSO, M. G. Produção de aguardente de cana. 2.ed. Lavras: UFLA, 2006. 444p.

FERREIRA, D. F. SISVAR, Sistema de análise de variância versão 5.0; UFLA, Lavras, 2007.

GOMES, F. C. O. et al. Use of selected indigenous Saccharomyces cerevisiae strains for the production of the traditional cachaça in Brazil. Journal of Applied Microbiology, v.103, p.2438-2447, 2007.

MARINI, M. M. et al. The use of selected starter S. cerevisiae strains to produce traditional and industrial cachaça double dagger a: a comparative study. World Journal of Microbiology and Biotechnology, v.25, n.2, p.235-242, 2009.

MCMAHON, D.M.; WINSTEAD, S.; WEANT, K.A. Toxic alcohol ingestions: focus on ethylene glycol and methanol. Advanced Emergency Nursing Journal, v.31, p.206-213, 2009.

MOREIRA, R. F. A.; NETTO, C.C.; MARIA, C.A.B. A fração volátil das aguardentes de cana produzidas no Brasil. Química Nova, v.35, n.9, p.1819-1826, 2012.

NASCIMENTO, E.S.P.; CARDOSO, D.R.; FRANCO, D.W. Comparação de técnicas de determinação de ésteres em cachaça. Química Nova, v.32, n.9, p.2323-2327, 2009.

NÓBREGA, I. C. C. Análise de compostos voláteis da aguardente de cana por concentração dinâmica do “Headspace” e comatografia gasosa-espectrometria de massas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.23, n.2, p.210-216, 2003.

NYKANEN, L; NYKANEN, I. Distilled beverages. In: MAARSE, H. (Ed.) Volatile compounds in food and beverages. New York: Dekker, 1991, p.548-580.

OLIVEIRA, E.S. et al. The influence of different yeasts on the fermentation, composition and sensory quality of cachaça. World Journal of Microbiology and Biotechnology, v.21, p.707–715, 2005.

PENTEADO, J. C. P.; MASINI, J. C. Heterogeneidade de álcoois secundários em aguardentes brasileiras de diversas origens e processos de fabricação. Química Nova, v.32, p.1212-1215, 2009.

SANTOS, V. R.; FARIA, J. B. Efeito da adição de açúcar na qualidade sensorial de cachaça obtida tradicionalmente e redestilada. Alimentos e Nutrição, v. 22, n. 3, p. 489-497, 2011.

SERAFIM, F.A.T. et al. Correlation between Chemical Composition and Sensory Properties of Brazilian Sugarcane Spirits (Cachaças). Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 24, n. 6, 973-982, 2013.

SILVA, P. H. A. et al. Avaliação cromatográfica de compostos voláteis de cachaças produzidas com leveduras de diferentes procedências. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.29, p.100-106, 2009.

SOARES, T.L.; SILVA, C.F.; SCHWAN, R.F. Acompanhamento do processo de fermentação para produção de cachaça através de métodos microbiológicos e físico-químicos com diferentes isolados de S. cerevisiae. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.31, n.1, p.184-187, 2011.

SOUZA, L. M. et al. Teores de Compostos Orgânicos em Cachaças Produzidas na Região Norte Fluminense, Rio de Janeiro. Química Nova, v.32, n.9, p.2304-2309, 2009.

VICHI, S. et al. Volatile and semi-volatile components of oak wood chips analyzed by Accelerated Solvent Extraction (ASE) coupled to gas chromatography–mass spectrometry (GC–MS). Food Chemistry, v.102, n.4, p.1260–1269, 2007.

VILELA, F. J. et al. Determinação das composições físico-químicas de cachaças do sul de Minas Gerais e de suas misturas. Ciência e Agrotecnologia, v.31, n.4, p.1089-1094, 2007.

Downloads

Publicado

2017-11-09

Como Citar

Gonçalves, R. C. F., Teodoro, M. M. G., Machado, A. M. de R., Gomes, F. de C. O., Badotti, F., & Cardoso, M. das G. (2017). Compostos voláteis em cachaças de alambique produzidas por leveduras selecionadas e por fermentação espontânea. MAGISTRA, 28(3/4), 285–293. Recuperado de https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/3686

Edição

Seção

Artigo Científico