Amor fati e eterno retorno no livro IV de “A gaia ciência”: uma interpretação estética da existência
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v18i2.971Palavras-chave:
Amor fati; Eterno retorno; Transvaloração.Resumo
O presente artigo tem como objetivo principal investigar as nuances da relação estabelecida entre a noção de amor fati e o pensamento do eterno retorno tal como aparecem no livro IV de “A gaia ciência” (1882), obra de Friedrich Nietzsche. O tom afirmativo da obra, que se expressa de forma poética e artística, nos permite partir de uma perspectiva estética de análise das questões a serem exploradas. Pretende-se, portanto, abordar as diferentes acepções do conceito de arte no percurso da filosofia nietzschiana para melhor compreender o conceito de vida como obra de arte e, a partir disso, pensar as possíveis maneiras de articulação entre a noção de vida como obra de arte e a comunicação do amor fati e do eterno retorno como partes constituintes do projeto de transvaloração dos valores. Diante disso, torna-se viável uma melhor compreensão da possível relação que o filósofo estabelece entre a noção de amor fati – a qual tem lugar no primeiro aforismo do livro IV – e o pensamento do eterno retorno – o qual, por sua vez, é anunciado no penúltimo aforismo do mesmo livro. Trata-se, em última instância, de investigar em que medida e de quais maneiras ocorre o atravessamento mútuo de ambos os conceitos e a relevância disso no quadro geral da proposta da filosofia nietzschiana.
Downloads
Referências
DELEUZE, Gilles. Nietzsche e a filosofia. Tradução de Edmundo Fernandes Dias e Ruth Joffily Dias. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1976.
DELEUZE, Gilles. “Platão e o simulacro”. In: Lógica do sentido. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo: Perspectiva, 1974.
DIAS, Rosa; VANDERLEI, Sabina; BARROS, Thiago (Org.). Leituras de Zaratustra. Rio de Janeiro: Mauad X; FAPERJ, 2011
DIAS, Rosa Maria. Nietzsche, vida como obra de arte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia. Trad. de Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano. Trad. de Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano II. Trad. de Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
NIETZSCHE, Friedrich. Aurora: reflexões sobre os preconceitos morais. Trad. de Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
NIETZSCHE, Friedrich. A gaia ciência. Trad. de Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Trad. de Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
NIETZSCHE, Friedrich. Além do bem e do mal. Trad. de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral: uma polêmica. Trad. de Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos ídolos. Trad. de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
NIETZSCHE, Friedrich. O caso Wagner: um problema para músicos. / Nietzsche contra Wagner: dossiê de um psicólogo. Trad. de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo: como alguém se torna o que é. Trad. de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores que publicam na Griot : Revista de Filosofia mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitindo compartilhamento e adaptação, mesmo para fins comerciais, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Leia mais...