Amor fati e eterno retorno no livro IV de “A gaia ciência”: uma interpretação estética da existência
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v18i2.971Palabras clave:
Amor fati; Eterno retorno; Transvaloração.Resumen
O presente artigo tem como objetivo principal investigar as nuances da relação estabelecida entre a noção de amor fati e o pensamento do eterno retorno tal como aparecem no livro IV de “A gaia ciência” (1882), obra de Friedrich Nietzsche. O tom afirmativo da obra, que se expressa de forma poética e artística, nos permite partir de uma perspectiva estética de análise das questões a serem exploradas. Pretende-se, portanto, abordar as diferentes acepções do conceito de arte no percurso da filosofia nietzschiana para melhor compreender o conceito de vida como obra de arte e, a partir disso, pensar as possíveis maneiras de articulação entre a noção de vida como obra de arte e a comunicação do amor fati e do eterno retorno como partes constituintes do projeto de transvaloração dos valores. Diante disso, torna-se viável uma melhor compreensão da possível relação que o filósofo estabelece entre a noção de amor fati – a qual tem lugar no primeiro aforismo do livro IV – e o pensamento do eterno retorno – o qual, por sua vez, é anunciado no penúltimo aforismo do mesmo livro. Trata-se, em última instância, de investigar em que medida e de quais maneiras ocorre o atravessamento mútuo de ambos os conceitos e a relevância disso no quadro geral da proposta da filosofia nietzschiana.
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