Ensino de filosofia, formação e interdisciplinaridade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v17i1.801

Palavras-chave:

Modernidade; Fragmentação cultural; Interdisciplinaridade; Ciências humanas.

Resumo

O texto apresenta e discute o tema da interdisciplinaridade com foco especial sobre as ciências humanas a partir de dois movimentos articulados. (a) Na primeira parte dedicamo-nos à elaboração do problema da fragmentação cultural (que nos leva ao desafio da interdisciplinaridade) por alusão à “ambiência moderna” como modo historicamente determinado de relação com a cultura e o saber, particularmente motivado pelo que Thomas Kuhn chama de “ciência normal”. (b) Na segunda parte, e à luz de tais considerações históricas e epistemológicas da subjetivação moderna, importa apontar os desafios implicados no projeto de uma formação interdisciplinar e ao mesmo tempo sinalizar para alguma estratégia de enfrentamento do problema da fragmentação cultural – encarado na condição de fenômeno histórico profundamente ancorado. A ampla fragmentação cultural, que as estratégias múltiplas de abordagem “interdisciplinar” pretendem combater no cenário da formação escolar, é especialmente experimentada como compartimentalização disciplinar do currículo em geral e das ciências humanas aqui miradas. Neste contexto, sustentamos que o componente curricular de filosofia, mas também o espírito filosófico pedagogicamente dilatado compõem respectivamente formação e estratégia epistemológica promissoras para o enfrentamento da fragmentação cultural no registro da interdisciplinaridade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cícero Oliveira, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Professor adjunto do curso de licenciatura em Filosofia do Centro de Formação de Professores (CFP) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Bahia – Brasil.

Referências

ARENDT, Hannah. A condição humana. 11ª ed. Trad. Roberto Raposo. Rev. e apresentação de Adriano Correia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

GALLO, Sílvio. A filosofia e seu ensino. Conceito e transversalidade. In: Ethica, Rio de Janeiro, V .13, N .1, P .17-35, 2006. p. 17-35.

GARCIA, Lenise Aparecida Martins. Transversalidade e interdisciplinaridade. Rio de Janeiro: 2007. Disponível em: <http://smeduquedecaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/Forma%C3%A7%C3%A3o%20Continuada/Artigos%20Diversos/garcia-transversalidade-print.pdf>. Acesso em 01 jan. 2017.

KANT, Immanuel. Sobre a pedagogia. 3. ed. Trad. Francisco Cock Fontanella. Porto: Editora UNIMEP, 1996.

KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas.Trad. Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. Rev. de Alice Kyoto Miyashiro.7 ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2003.

LEOPOLDO E SILVA, Franklin. Currículo e formação: o ensino da filosofia. In: Síntese Nova Fase: Belo Horizonte, v. 20, n. 63, 1993, p. 797-806.

NIETZSCHE, Friedrich. Escritos sobre educação. Trad. Noéli Correia de Melo Sobrinho. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 2009.

PALÁCIOS, Gonçalo Armijos. Alheio olhar. Goiânia: Editora da UFG, 2004.

PIMENTA, Alessandro. O ensino de filosofia no Brasil: um estudo introdutório sobre sua história, método e pesquisa. In: Cadernos da Funcamp, v. 6, n. 6, 2007. pp. 57-72.

Downloads

Publicado

2018-06-19

Como Citar

OLIVEIRA, Cícero. Ensino de filosofia, formação e interdisciplinaridade. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 193–203, 2018. DOI: 10.31977/grirfi.v17i1.801. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/801. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos