Sobre o direito natural à propriedade privada: Rousseau leitor de Locke
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v24i2.4749Palavras-chave:
Rousseau, Locke, direito de propriedade, estado de natureza, trabalhoResumo
A introdução da propriedade privada é um ponto de inflexão na história hipotética traçada por Rousseau. As relações sociais, já iniciadas, são completamente reconfiguradas por esse advento. Mais especificamente, é apenas devido à marcada desigualdade econômica que segue a partição das terras entre proprietários e supranumerários que uma conflitualidade exacerbada se instaura entre os homens, tornando imperativo a celebração de um contrato que estabilize o convívio social pela via da ereção de um poder político soberano. Dada a centralidade do problema, Rousseau não poderia deixar de investigar a questão da propriedade também sob um prisma moral-normativo. Para o genebrino, seria possível admitir uma regulação pré-política das relações de propriedade? Haveria critérios de legitimação da propriedade privada anteriores ao estado civil e ao direito positivo? A posse factual poderia ser reivindicada como direito já no estado de natureza? O presente artigo busca responder tais perguntas por meio de um diálogo entre Rousseau e o principal representante da tradição jusnaturalista no que que concerne a essas questões – John Locke.
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