Sobre o direito natural à propriedade privada: Rousseau leitor de Locke

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v24i2.4749

Palabras clave:

Rousseau, Locke, direito de propriedade, estado de natureza, trabalho

Resumen

A introdução da propriedade privada é um ponto de inflexão na história hipotética traçada por Rousseau. As relações sociais, já iniciadas, são completamente reconfiguradas por esse advento. Mais especificamente, é apenas devido à marcada desigualdade econômica que segue a partição das terras entre proprietários e supranumerários que uma conflitualidade exacerbada se instaura entre os homens, tornando imperativo a celebração de um contrato que estabilize o convívio social pela via da ereção de um poder político soberano. Dada a centralidade do problema, Rousseau não poderia deixar de investigar a questão da propriedade também sob um prisma moral-normativo. Para o genebrino, seria possível admitir uma regulação pré-política das relações de propriedade? Haveria critérios de legitimação da propriedade privada anteriores ao estado civil e ao direito positivo? A posse factual poderia ser reivindicada como direito já no estado de natureza? O presente artigo busca responder tais perguntas por meio de um diálogo entre Rousseau e o principal representante da tradição jusnaturalista no que que concerne a essas questões – John Locke.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Lucas Mello Carvalho Ribeiro, Centro Universitário (FAESA)

Doutor(a) em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte – MG, Brasil. Professor(a) do Centro Universitário (FAESA), Vitória – ES, Brasil. Membro da Associação Brasileira de Estudos do Século XVIII.

Citas

BACHOFEN, B. La condition de la liberté. Rousseau, critique des raisons politiques. Paris: Payot et Rivages, 2002.

DE MAN, P. Alegorias da leitura: linguagem figurativa em Rousseau, Nietzsche, Rilke e Proust. Trad. Lenita Esteves. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

GOLDSCHMIDT, V. Anthropologie et politique. Les principes du système de Rousseau. Paris: Vrin, 1983.

GROTIUS, H. De jure belli ac pacis libri tres. Oxford: Clarendon Press, 1925.

HOBBES. Th. Leviathan or the matter, forme, & power of a common-wealth ecclesiasticall and civill. Londres: Andrew Crooke, 1651 (Edição eletrônica preparada por Rod Ray para o McMaster University Archive of the History of Economic Thought).

LOCKE, J. Second treatise of government. Indianapolis: Hackett Publishing Company, 1980.

MACPHERSON, C. B. La théorie politique de l’individualisme possessif de Hobbes à Locke. Traduzido do inglês por Michel Fuchs. Paris: Gallimard, 1971.

PRADO JR., B. A Retórica de Rousseau e outros ensaios. São Paulo: CosacNaify, 2008.

PUFENDORF, S. De jure naturae et gentium libri octo. Oxford: Clarendon Press, 1934.

RADICA, G. L’Histoire de la raison. Anthropologie, morale et politique chez Rousseau. Paris: Honoré Champion, 2008.

ROUSSEAU, J.-J. Discours sur l’origine et les fondemens de l’inégalité parmi les hommes. In: Oeuvres Complètes, v. III. Paris: Gallimard (Bibliothèque de la Pléiade), 1964a.

ROUSSEAU, J.-J. Du contract social ou principes du droit politique. In: Oeuvres Complètes, vol. III. Paris: Gallimard (Bibliothèque de la Pléiade), 1964b.

ROUSSEAU, J.-J. Emile ou de l’éducation. In: Oeuvres Complètes, vol. IV. Paris: Gallimard (Bibliothèque de la Pléiade), 1969.

SPITZ, J.-F. Leçons sur l’oeuvre de Jean-Jacques Rousseau. Les fondements du système. Paris: Ellipses, 2015.

STAROBINSKI, J. Notes et variantes. In: ROUSSEAU, J.-J. Oeuvres Complètes, v. III. Paris: Gallimard (Bibliothèque de la Pléiade), 1964.

STRAUSS, L. Direito natural e história. Trad. Bruno Costa Simões. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

Publicado

2024-06-30

Cómo citar

MELLO CARVALHO RIBEIRO, Lucas. Sobre o direito natural à propriedade privada: Rousseau leitor de Locke. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 24, n. 2, p. 1–14, 2024. DOI: 10.31977/grirfi.v24i2.4749. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/4749. Acesso em: 3 jul. 2024.

Número

Sección

artículos