A ambiguidade da definição ostensiva e a convergência entre Wittgenstein e Agostinho

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2907

Palavras-chave:

Definição ostensiva; Linguagem humana; Wittgenstein; Agostinho.

Resumo

A definição ostensiva, ao basear-se na ostensividade, visa indicar que a linguagem humana se norteia, tão somente, na gesticulação e indicação. Nesse sentido, semelhante teoria linguística exclui, em grande parte, a considerável eminência da simbologia e internalização inscritos na dinamicidade e interioridade inerentes à linguagem humana. Desse modo, a definição ostensiva, com a pretensão de ser a tese paradigmática sobre a linguagem humana, não a explicitaria, tampouco sintetizaria em si toda a riqueza presente na linguagem humana. Perante isso, o presente artigo visa refletir acerca da ambiguidade da definição ostensiva e a convergência entre Wittgenstein e Agostinho. Ambos, embora distante temporalmente, não endossam a definição ostensiva como base de suas teses sobre a linguagem humana. Assim, em primeiro lugar, será apresentada uma conceituação sobre a definição ostensiva. Para depois, investigar sobre a crítica de Wittgenstein sobre tal conceito linguístico e, por fim, ponderar que, também, Agostinho não tem a definição ostensiva como base de sua concepção sobre a linguagem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Clodoaldo da Luz, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Doutorando(a) em Filosofia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba – PR, Brasil.

Referências

AGOSTINHO, Santo. A doutrina cristã: manual de exegese e formação cristã. Tradução de Nair de Assis Oliveira. São Paulo: Edições Paulina, 1991.

AGOSTINHO, Santo. Confissões. De magistro. Tradução de Alex Marins. São Paulo: Martin Claret, 2002.

BAKER, G. P.; HACKER P. M. S. Wittgenstein: Rules, Grammar and Necessity: of an Analytical Commentary on the Philosophical Investigations, Essays and Exegesis 185-242. Malden: Wiley-Blackwell, 2009.

DANCY, Jonathan; SOSA, Ernest; STEUP, Matthias (organizadors). A Companion to Epistemology. 2ª ed. Oxford: Wiley-Blackwell A John Wiley & Sons, Ltd., Publication, 2010.

GILSON, Étienne. Introdução ao estudo de Santo Agostinho. Tradução de Cristiane Negreiros Abbud Ayoub. São Paulo: Discurso Editorial/Paulus, 2006.

GLOCK, Hans-Johann (editor). A Wittgenstein Dictionary. Hoboken: Wiley-Blackwell, 1996.

KENNY, Anthony. História concisa da Filosofia Ocidental. Tradução de Desidério Murcho et al. Lisboa: Actividades Editorial, 1998.

MCGRADE, A. S. Filosofia Medieval. Tradução de André Oídes. Aparecida: Idéias & Letras, 2008.

MATTHEWS, Gareth B. Santo Agostinho: A vida e as ideias de um filósofo adiante de seu tempo. Tradução Álvaro Cabral: Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

OLIVEIRA, Manfredo Araújo de. Reviravolta Linguístico-Pragmática na Filosofia Contemporânea. 3ª ed., São Paulo: Loyola, 2006.

SIMON, Blackburn. Ostensive Definitions. In: SIMON, Blackburn. The Oxford Dictionary of Philosophy. Oxford: Oxford University Press, 1996.

SLUGA, Hans; STERN, David G (organizadors). Cambridge company to Wittgenstein. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

STUMP, Eleonore; KRETZMANN, Norman (organizadors). Cambridge company to Augustine. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. Coleção Os Pensadores. Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Tractatus Logico Philosophicus. Tradução de José Arthur Giannoti. São Paulo: Editora Nacional, 1961.

Downloads

Publicado

2022-06-19

Como Citar

DA LUZ, Clodoaldo. A ambiguidade da definição ostensiva e a convergência entre Wittgenstein e Agostinho. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 156–167, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2907. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/2907. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos