A soberania do discurso em Górgias: persuasão e engano
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v21i3.2452Palavras-chave:
Górgias; Discurso; Engano; Educação.Resumo
Lógos é termo grego central para a construção do movimento sofístico. Górgias de Leontinos, um dos principais representantes da primeira geração desse movimento, propôs-se a refletir, em Elogio de Helena, sobre o discurso como um grande e soberano senhor, capaz de ao mesmo tempo produzir persuasão em Helena e denunciar esse poder persuasivo. Na primeira parte deste estudo, pretendemos situar o lógos como fabricador de vivências em seu ouvinte, o que sugere a compreensão do poder persuasivo. Na segunda parte, a fabricação de vivências, diferente da persuasão, se identificará com uma realidade fictícia produzida devido ao engano voluntário. Por ser voluntária essa experiência do engano, o motivo da soberania do lógos está para Górgias, em que o discurso, além de persuadir, pode servir como instrumento possível para a fabricação de aprendizados, cuja experiência artística o seu próprio texto exemplifica.
Downloads
Referências
BARBOSA, Manuel José de Sousa; CASTRO, Inês Luisa de Ornellas. Górgias, testemunhos e fragmentos. Lisboa: Edições Colibri, 1993.
CASSIN, Barbara. O Efeito Sofístico: sofística, filosofia, retórica, literatura. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira, Maria Cristina Franco Ferraz e Paulo Pinheiro. 1ª edição São Paulo: Ed. 34, 2005.
CHANTRAINE, Pierre. Dictionnaire étymologique de la langue grecque: Histoire des mots. Paris: Librairie C. Klincksieck et Cie, 1999.
DINUCCI, Aldo. Górgias de Leontinos. 1ª ed. São Paulo: Oficina do Livro, 2017.//
EDMONDS, John Maxwell. Lyra Graeca; Being the remains of all the greek lyric poets from Eumelus to Timotheus excepting Pindar. London, William Heinemann; New York: G. P. Putnam’s sons, 1924.
NOËL, Marie-Pierre. La persuasion et le sacré chez Gorgias. In: Bulletin de l’Association Guillaume Budé, nº2, juin 1989. pp. 139-151. Disponível em: <https://www.persee.fr/doc/bude_0004-5527_1989_num_1_2_1388>. Acesso em: Maio de 2021.
PERELMAN, Chaïm. Retóricas. São Paulo, Martins Fontes, 2004.
PLATÃO. Mênon. Tradução de Maura Iglésias. Rio de Janeiro; Ed. PUC-Rio, Loyola, 2001.
PLATÃO. Górgias. Tradução, ensaio introdutório e notas de Daniel R. N. Lopes. São Paulo, Perspectiva, 2011.
REBOUL, Olivier. Introdução à retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
SALLES, Lucio Lauro Barrozo Massafferri. Da palavra como phármakon. Rio de Janeiro: UFRJ, 2014.
SCHIAPPA, Edward. Did Plato coin Rethorike, The American Journal of Philology, Vol. 111, No. 4 (Winter, 1990), p. 457-470.
UNTERSTEINER, Mario. A obra dos sofistas. Editora Paulus, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 César de Alencar, Vinícius Brito Barros
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores que publicam na Griot : Revista de Filosofia mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitindo compartilhamento e adaptação, mesmo para fins comerciais, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Leia mais...