Causalidade natural e espontaneidade em Aristóteles
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v20i1.1342Palavras-chave:
Causa natural; Causa espontânea; Matéria; Forma; Teleologia; Aristóteles.Resumo
Em Aristóteles, o processo de constituição dos seres naturais envolve um conjunto de causas, delimitadas de acordo com a teoria da matéria e forma. A matéria é causa enquanto suporte composicional pelo qual os seres são gerados; e a forma é causa enquanto fator responsável pelas características essenciais do ente natural, bem como por originar uma série de movimentos coordenados, que irá resultar na composição substancial. Neste artigo, pretento, em um primeiro momento, argumenar no sentido de que entre os dois tipos de causalidades fundamentais, isto é, por um lado, (i) aquele associado à natureza material, e, por outro, (ii) à natureza formal, haveria uma primazia explanatória relativamente ao segundo, pois em uma explicação mais completa, envolvendo esses dois aspectos causais, a causalidade material seria subordinada e subsumida pela causalidade em termos formal-finais. Em um segundo momento, procurarei estabelecer um contraste entre as causas naturais e a causa espontânea, examinando aos casos nos quais as relações causais não ocorrem devido a uma determinação teleológica, mas por uma mera conjunção de fatores concomitantes. A geração espontânea é um exemplo de eventos como este, pois, neste caso, a constituição do organismo não seria presidida por uma causalidade de tipo formal-final, a qual administrasse um conjunto de séries causais, interdependentemente relacionadas entre si.
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