A meditatio mortis montaigniana: de como filosofar é aprender a viver
DOI :
https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2801Mots-clés :
Morte; Meditatio mortis; Exercícios espirituais; Ensaios; Michel de Montaigne.Résumé
Desde Platão, a morte tem sido um tema recorrente na história da filosofia e as escolas helenísticas (sobretudo o epicurismo e o estoicismo) fizeram dela uma reflexão diária, de onde advém não só o termo meditatio mortis, mas toda uma literatura, inclusive durante o medievo, que tem como centralidade o momento final da vida. Assim, no século XVI, período no qual se encontra o nosso autor, Michel de Montaigne, a meditação sobre a morte era um topos retórico, mas os Ensaios abordam o tema da morte não somente do ponto de vista literário, mas como uma meditação diária, como um exercício espiritual. Deste modo, o nosso artigo pretende sugerir que Montaigne, muito além de uma abordagem retórica, tenta recuperar o sentido mais originário que as escolas helenísticas davam à meditatio mortis, tomando-a como uma preparação para a própria vida, como uma atenção constante ao presente, diante de um cenário eminente de mortes, com as epidemias de peste negra e guerra civil.
Téléchargements
Références
AURÉLIO, Marco. Meditações. Tradução e notas de Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2019.
EPICTETO. Manual de Epicteto: a arte de viver melhor. Tradução de Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2021.
EPICTETO. As diatribes de Epicteto, Livro I. Tradução, introdução e comentário Aldo Dinucci. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2020.
EPICURO. Cartas e máximas principais: “como um deus entre os homens”. Tradução, apresentação e notas de Maria Cecília Gomes dos Reis; introdução de Tim O’Keefe. 1ª ed. São Paulo: Penguin Companhia das Letras, 2020.
HADOT, Pierre. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Tradução Flávio Fontenelle Loque e Loraine Oliveira. 1ª edição. São Paulo: É realizações, 2014.
MONTAIGNE, Michel de. Os Ensaios. Livro I. Trad. Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
MONTAIGNE, Michel de. Os Ensaios. Livro III. Trad. Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
NAKAM, Géralde. Les essais de Montaigne: miroir et proces de leur temps. Paris: Librairie A.G. Nizet, 1984.
NAKAM, Géralde. Montaigne et son temps les événements et les essais: l’histoire, la vie, le livre. Paris: Librairie A. G. Nizet, 1982.
STAROBINSKI, Jean. Montaigne em movimento. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
VALENTE, Mílton. A ética estóica em Cícero. Caxias do Sul: Editora de Caxias do Sul, 1984.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Natanailtom de Santana Morador 2022
Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Les auteurs qui publient dans le Griot: Revista de Filosofia conserve les droits d'auteur et accorde au periodique le droit de première publication, avec l'œuvre simultanément sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International License, permettant Le partage et l'adaptation, même à des fins commerciales, avec une reconnaissance régulière de la paternité et de la publication initiale dans ce journal. Lire la suite...