Dilectio, resignação e injustiça: possibilidade de interpretar o amor como resignação e conformação com a injustiça, à luz de Santo Agostinho

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i1.2622

Palabras clave:

Dilectio; Injustiça; Resignação.

Resumen

No “Comentário da primeira Epístola de São João”, em específico fragmento do texto em que o foco é a controvérsia donatista, Agostinho afirma que a despeito do fato de que o amor é norma incontornável à verdadeira vida cristã, no caso de testemunhar uma ação injusta, o cristão não pode aceitar passivamente a tal ato. Todavia, nesse mesmo texto, em outro contexto, é defendida uma espécie de resignação como prova de que o cristão de fato está vivendo uma prática cristã eivada pelo amor de Deus. Na De civitate Dei Livro XIX, no “Sobre os costumes da igreja católica e dos maniqueus”, e em outras obras, o mesmo paradoxo persiste: se por um lado o filósofo cristão reconhece que mesmo vivendo em intensa dor e sofrimento é possível se conformar e encontrar a paz, uma paz possível ante a situação, por outro lado, defende que não é justo um homem se submeter a outro visto que somos ontologicamente iguais, logo, aparentemente não incentivando a eupatia nessa injusta situação. Assim, é nossa meta nessa comunicação: investigar como podemos compreender a relação do amor com a resignação, e se ambos os conceitos podem ser aplicados às situações de flagrante injustiça vividas ou testemunhadas.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Ricardo Evangelista Brandão, Instituto Federal de Pernambuco (IFPE)

Doutor(a) em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife – PE, Brasil. Professor(a) do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Caruaru – PE, Brasil.

Citas

AGUSTÍN, San. De las costumbres de la Iglesia catolica y de las costumbres de los Maniqueos. In: Obras completas de San Agustín. ed. bilíngüe. Trad., introd. y notas de Teófilo Prieto. Madrid: La Editorial Católica / BAC, 2011. tomo IV, p. 207-388.

AGUSTÍN, San. De la verdadera religion. In: Obras completas de san Agustín. ed. bilíngüe Trad, introd. y notas de Victorino Capánaga. Madrid: La Editorial Catolica/BAC, 2011. tomo IV, p. 3-203.

AGUSTÍN, San. Exposición de la epístola de San Juan a los Partos. In: Obras completas de San Agustín.Trad., introd. y notas de Jose Moran. ed. bilíngue. Madrid: La Editorial Católica / BAC, 1959, vol. XVIII, p. 192-362.

AGUSTÍN, San. La Ciudad de Dios. In: Obras completas de San Agustín. Trad., introd. y notas de Jose Moran. ed. bilíngue. Madrid: La Editorial Católica / BAC, 1958, vol. XVII, Libros XIII-XXII.

AGUSTÍN, San. Las confesiones. In: Obras completas de san Agustín. 9. ed. bilíngüe. Trad. de Angel Custodio Vega. Madrid: La Editorial Catolica/BAC, 2013. tomo II, 629 p.

AGUSTÍN, San. Las retractaciones. In: Obras completas de san Agustín. ed. bilíngüe Trad, introd. y notas de Teodoro C. Madrid. Madrid: La Editorial Catolica/BAC, 1995. tomo XL, p. 593-833.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. de Leonel Vallandro. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

ATANÁSIO, Santo. Vida e conduta de Santo Antão. Trad. de Orlando Tiago Loja Rodrigues Mendes. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2010.

BÍBLIA. Português. A Bíblia de Jerusalém. Trad. de Sociedade Bíblica Católica; Paulus. São Paulo: Paulus, 1985.

BROWN, Peter. Santo Agostinho, uma biografia. Trad. de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Record, 2005.

CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã. 2. ed. Trad. de Israel Belo de Azevedo. São Paulo: Vida Nova, 1995.

CAPANAGA, Victorino. Cuadro Cronológcio de las Obras de San Agustin. In: Obras completas de San Agustín. 6. ed. bilíngüe.Trad. introd. y notas de Victorino Capanaga. Madrid: La Editorial Católica / BAC, 1994. tomo I, p. 384-387.

CÍCERO. Dos deveres. Trad. de Alex Marins. São Paulo: Editora Martin Claret, 2005.

CORTINA, Adela. Aporofobia, a aversão ao pobre: um desafio para a democracia. Trad. de Daniel Fabre. São Paulo: Editora Contracorrente, 2020.

EPICTETO. Manual: recomendações estoicas para o bem viver. Trad. de José R. Seabra Filho. Belo Horizonte: Edições Nova Acrópole, 2016.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986.

GONZALEZ, Justo L. E até aos confins da terra: uma história ilustrada do Cristianismo. Trad. de Hans Udo Fuchs. São Paulo: Vida Nova, 1995. v. 2.

LEÃO, Emmanuel Carneiro, In.AGOSTINHO, Santo. A cidade de Deus: contra os pagãos. 5. ed. Trad. de Oscar Paes Leme. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Federação Agostiniana Brasileira, 2000. Parte I. (Coleção Pensamento Humano).

MARKUS, Robert A. Donato, Donatismo. In: FITZGERALD, Allan. (org.). Diccionario de San Agustín: San Agustín a travésdeltiempo. Burgos: Monte Carmelo, 2006. p. 440-445.

PRIETO, Teófilo P. Introducción: De las costumbres de la Iglesia catolica y de las costumbres de los Maniqueos. In: Obras completas de San Agustín. ed. bilíngüe. Trad., introd. y notas de Teófilo Prieto. Madrid: La Editorial Católica / BAC, 2011. tomo IV, p. 204-227.

REALE, Gilvanni. História da filosofia antiga. 2. ed. Trad. de Marcelo Perine; Henrique Cláudio de Lima Vaz. São Paulo: Loyola, 1994. vol. IV, p.608.

SEN, Armatya Kaumar. Desigualdade Reexaminada. Trad. de Ricardo Doninelli Mendes. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Publicado

2022-02-27

Cómo citar

BRANDÃO, Ricardo Evangelista. Dilectio, resignação e injustiça: possibilidade de interpretar o amor como resignação e conformação com a injustiça, à luz de Santo Agostinho. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 1, p. 251–265, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i1.2622. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/2622. Acesso em: 3 jul. 2024.

Número

Sección

artículos