Cinema e verdade: fundamentações para uma hermenêutica-fenomenológica dos filmes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v24i2.4832

Palavras-chave:

Heidegger; Cinema; Ontologia; Verdade; Poesia.

Resumo

A presente investigação filosófica busca realizar questionamentos para a fundamentação de uma hermenêutica-fenomenológica dos filmes que o concebem no sentido de eventos da verdade ontológica, queremos dizer, da aletheia: verdade como aparecimento e concomitante ocultamento de significações.  Para cumprir tal objetivo, primeiramente iremos opor a concepção da verdade tal como fundamentada por Heidegger à noção aristotélica de verdade correspondencial de modo a explicitar a dilatação da filosofia para além dos limites do discurso apofântico e caracterizar o cinema como poesia (Dichtung) que indica a tripla instituição (Stiftung) da verdade como doar (Schenken), como fundar (Gründen) e como iniciar (Anfangen) da história (Geschichte). Em nosso segundo momento, por sua vez, faremos considerações metodológicas a fim de consolidar o trato do cinema como um genuíno fenômeno (Phänomen) – não representação ou mimesis – e de delimitar nossa perspectiva interpretativa como alicerçada no dizer (léguen), que recolhe as suas fundamentações do discurso (lógos) da ontologia fundamental heideggeriana.

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Biografia do Autor

Luan Alves dos Santos Ribeiro, Universidade Federal do ABC (UFABC)

Doutor(a) em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre – RS, Brasil. Pós-doutorando(a) em Filosofia na Universidade Federal do ABC (UFABC), Santo André – SP, Brasil.

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Publicado

2024-06-30

Como Citar

ALVES DOS SANTOS RIBEIRO, Luan. Cinema e verdade: fundamentações para uma hermenêutica-fenomenológica dos filmes. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 24, n. 2, p. 301–320, 2024. DOI: 10.31977/grirfi.v24i2.4832. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/4832. Acesso em: 14 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos