Antropogênese e filosofia indígena: o homem e o animal
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v21i2.2399Palavras-chave:
Giorgio Agamben; Antropogênese; Filosofia indígena; Homem e animal.Resumo
Promovendo uma releitura de L’aperto: l’uomo e l’animale de Giorgio Agamben, o presente artigo tem a dupla intenção de expor a máquina antropológica que opera clássica e modernamente a antropogênese e de apresentar aspectos da filosofia indígena (a filosofia produzida e expressada por ameríndios brasileiros) que orientam a relação entre o homem e o animal, bem como entre o humano e animalidade, em contraste. Arriscamos empregar a expressão filosofia indígena, conscientes de que ela pode ser mal recebida, embora tenha o texto uma implícita defesa dessa possibilidade. Entre os interlocutores indígenas, visitamos Gersem Baniwa, Daniel Munduruku e Davi Kopenawa, entre outros. Se o contemporâneo está absolutamente presente e cativa a nossa atenção com as luzes e obscuridades, nada pode ser mais contemporâneo do que o esforço de ampliar os nossos horizontes epistemológicos.
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