Unidade ou diferença: entre o corpo derridiano e a poesia blanchotian
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i2.1184Palavras-chave:
Unidade; Diferença; Neutro; Linguagem; Representação.Resumo
O presente artigo explora a divergência interpretativa entre as leituras de Jacques Derrida e Maurice Blanchot a respeito da obra de Antonin Artaud. A obra de Artaud demonstra a problemática acerca do processo da escrita como lugar de ausência, ou seja, a relação decalcada entre o pensamento e sua representação na linguagem falada e escrita. Para Blanchot, a questão sobre o impoder, inerente ao processo da escrita, é experienciada por Artaud como porvir da obra literária/poética, tais quais as obras de outros autores. Nesse sentido, além de fazer de sua obra o lugar de fala sobre o vazio da própria linguagem, Artaud, para Blanchot, também fundamenta sua busca pela totalidade representativa como um problema essencialmente poético. Em contraposição, Derrida aponta que a compreensão blanchotiana de Artaud, a fim de teorizar o ser da escrita, reduz a singularidade e a unicidade da obra artaudiana comparando-a com as obras de outros autores. Nesse contexto, cria-se um paradoxo em relação à obra de Artaud: Derrida afirma a singularidade da obra artaudiana e o teatro como fundamento para uma ressignificação metafísica da linguagem; Blanchot defende que o problema de Artaud é um problema poético/literário, uma vez que a busca por uma expressão total se estende a todos os momentos da obra de artaudiana, inclusive, a teatral.
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