Unidade ou diferença: entre o corpo derridiano e a poesia blanchotian

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i2.1184

Palavras-chave:

Unidade; Diferença; Neutro; Linguagem; Representação.

Resumo

O presente artigo explora a divergência interpretativa entre as leituras de Jacques Derrida e Maurice Blanchot a respeito da obra de Antonin Artaud. A obra de Artaud demonstra a problemática acerca do processo da escrita como lugar de ausência, ou seja, a relação decalcada entre o pensamento e sua representação na linguagem falada e escrita. Para Blanchot, a questão sobre o impoder, inerente ao processo da escrita, é experienciada por Artaud como porvir da obra literária/poética, tais quais as obras de outros autores. Nesse sentido, além de fazer de sua obra o lugar de fala sobre o vazio da própria linguagem, Artaud, para Blanchot, também fundamenta sua busca pela totalidade representativa como um problema essencialmente poético. Em contraposição, Derrida aponta que a compreensão blanchotiana de Artaud, a fim de teorizar o ser da escrita, reduz a singularidade e a unicidade da obra artaudiana comparando-a com as obras de outros autores. Nesse contexto, cria-se um paradoxo em relação à obra de Artaud: Derrida afirma a singularidade da obra artaudiana e o teatro como fundamento para uma ressignificação metafísica da linguagem; Blanchot defende que o problema de Artaud é um problema poético/literário, uma vez que a busca por uma expressão total se estende a todos os momentos da obra de artaudiana, inclusive, a teatral.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mayara Dionizio, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Doutoranda em Filosofia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba – PR, Brasil. Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil.

Referências

ARTAUD, Antonin. O Teatro e seu Duplo. Tradução de Teixeira Coelho. São Paulo: Companhia das letras, 2006.

ARTAUD, Antonin. Oeuvres. Apresentação e notas de Évelyne Grossman. Paris: Quarto Gallimard, 2004.

BLANCHOT, Maurice. A parte do fogo. Tradução de Ana Maria Scherer. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 2011a.

BLANCHOT, Maurice. Conversa Infinita, a - Vol.1- A palavra plural. Tradução de Aurélio Guerra Neto. São Paulo: Editora Escuta, 2010a.

BLANCHOT, Maurice. Conversa Infinita, a - Vol.2- A experiência limite. Tradução de João Moura Jr. São Paulo: Editora Escuta, 2007.

BLANCHOT, Maurice. Conversa Infinita, a - Vol. 3 – A ausência de Livro. Tradução de João Moura Jr. São Paulo: Editora Escuta, 2010b.

BLANCHOT, Maurice. O espaço literário. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 2011b.

BLANCHOT, Maurice. O Livro por Vir. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Matins Fontes, 2013.

CARVALHO, MARIA. Entre Filosofia e Literatura: geometrias de uma relação em Maurice Blanchot e Paul Ricoeur. Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Lisboa, agosto de 2014.

DERRIDA, Jacques. Escritura e Diferença. Tradução de Maria Beatriz Marques Nizza da Silva. São Paulo: Editora Perspectiva, 2011.

DERRIDA, Jacques. Marges de la Philosophie. Les Editions de Minuit. Paris,1972.

PLATÃO. O Banquete. São Paulo: Editora 34, 2016.

Downloads

Publicado

2019-06-13

Como Citar

DIONIZIO, Mayara. Unidade ou diferença: entre o corpo derridiano e a poesia blanchotian. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 19, n. 2, p. 154–170, 2019. DOI: 10.31977/grirfi.v19i2.1184. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/1184. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos