Maria, de Conceição Evaristo: uma alegoria da condição social dos corpos negros e dissidentes
Palavras-chave:
literatura afro-brasileira, pós-colonialismo, violência, corpos negros, dissidentesResumo
É evidente que a violência contra os corpos negros e dissidentes tem sido constante e até mesmo corriqueira nos noticiários. Nota-se que essa violência exerce intensidades ampliadas quando é direcionada aos corpos negros e, ainda mais intensa, quando é direcionada às mulheres negras. O presente artigo tem como objetivo apresentar uma leitura do conto Maria, de autoria da escritora afro-brasileira Conceição Evaristo, publicado no livro Olhos D’Água, tendo sua primeira impressão em 2015. Partimos da premissa de que o conto se apresenta como alegoria da condição social da mulher negra, mas também de outros corpos negros e/ou dissidentes. Como embasamento teórico, utilizam-se as perspectivas do pós-colonialismo, tais como Hall (1999), Spivak (2010), Fanon (2008), Angela Davis (2018) e a própria Conceição Evaristo (2005), que também produz textos teóricos. As reflexões nos levaram a inferir que Maria, se metamorfoseia em várias outras vidas marginalizadas e representa tantas outras Marias e tantos outros corpos negros e dissidentes que sofrem com as tentativas de supressão de suas existências, mas que, ao mesmo tempo, carregam a disposição para se erguer e dizer “não” às tentativas de disciplinação de seus corpos.
Palavras-chave: Literatura afro-brasileira; Pós-colonialismo; violência; corpos negros, dissidentes.
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