Resposta do capim-marandu e milheto em rejeito de mineração à aplicação de bioestimulantes vegetais

Autores

  • Cássio Carlette Thiengo Universidade Federal do Espírito Santo/ Graduando em Engenharia Florestal
  • Pedro Henrique Lopes Santana Universidade Federeal do Espírito Santo/ Mestre em Solos e Nutrição de plantas
  • Diego Lang Burak Universidade Federal do Espírito Santo/ Prof. Adjunto, Dsc. Solos e Nutrição de Plantas
  • Danillo Messias de Oliveira Universidade Federal do Espírito Santo/ Mestrando em Produção Vegetal
  • Rebyson Bissaco Guidinelle Universidade Federal do Espírito Santo/ Doutorando em Produção Vegetal

Resumo

Resumo: Este trabalho teve o objetivo de avaliar atributos fitotécnicos, fisiológicos e nutricionais por plantas de capim marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) e milheto (Pennisetum glaucum cv. BRS 1501) cultivados sob rejeito de mineração em função da aplicação de substâncias húmicas ou fito-hormônios. O experimento foi conduzido em casa de vegetação utilizando-se rejeito de minério de ferro como substrato, no delineamento experimental de blocos ao acaso, em esquema fatorial 2x4 com quatro repetições, sendo dois bioestimulantes via pulverização foliar (Substâncias húmicas e Stimulate®), em três doses (30, 60 e 90 mg.L-1 de CSH e 0,25, 0,50, 0,75 L.ha-1 de Stimulate) e tratamento controle (dose 0). Ao término do experimento foram obtidos o teor de clorofilas, a matéria seca, assim como os teores nutricionais na parte aérea e raiz. A partir do balanço de nutrientes no sistema solo-planta, obteve-se índices de absorção e mobilização de nutrientes.Todas as doses fornecidas de substâncias húmicas (SH) e Stimulate® aumentaram a absorção de Ca pelo milheto, e a dose 0,75 L ha-1 de Stimulate® aumentou a absorção de Mn pelas plantas de capim marandu. O fator de transferência do K por ambas plantas evidenciou a capacidade de formas não trocáveis de K participarem do suprimento destas plantas. A alta disponibilidade de Fe no rejeito de mineração refletiu em grande absorção pelo capim marandu e milheto, e ambas as plantas mobilizaram este elemento nas raízes como estratégia para reduzir efeitos de sua toxidez.

Palavras chave: Poaceae, Hormônios vegetais, Substâncias Húmicas.

 

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Biografia do Autor

Cássio Carlette Thiengo, Universidade Federal do Espírito Santo/ Graduando em Engenharia Florestal

Departamento de Produção Vegetal

Centro de Ciências Agrárias e Engenharias

 

Pedro Henrique Lopes Santana, Universidade Federeal do Espírito Santo/ Mestre em Solos e Nutrição de plantas

Departamento de Produção Vegetal

Centro de Ciências Agrárias e Engenharias

 

Diego Lang Burak, Universidade Federal do Espírito Santo/ Prof. Adjunto, Dsc. Solos e Nutrição de Plantas

Departamento de Produção Vegetal

Centro de Ciências Agrárias e Engenharias

Danillo Messias de Oliveira, Universidade Federal do Espírito Santo/ Mestrando em Produção Vegetal

Departamento de Produção Vegetal

Centro de Ciências  Agrárias e Engenharia

Rebyson Bissaco Guidinelle, Universidade Federal do Espírito Santo/ Doutorando em Produção Vegetal

Departamento de Produção Vegetal

Centro de Ciências  Agrárias e Engenharias

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Publicado

2020-07-14

Como Citar

Thiengo, C. C., Santana, P. H. L., Burak, D. L., de Oliveira, D. M., & Guidinelle, R. B. (2020). Resposta do capim-marandu e milheto em rejeito de mineração à aplicação de bioestimulantes vegetais. MAGISTRA, 31, 465–478. Recuperado de https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/4282

Edição

Seção

Artigo Científico