Avaliação da criação de abelhas-sem-ferrão em Fernando de Noronha após 30 anos de sua introdução

Autores/as

  • Márcia de Fátima Ribeiro Embrapa Semiárido
  • Cândida Beatriz da Silva Lima Embrapa Semiárido

Resumen

Resumo: Para incrementar a renda familiar da população local e os serviços de polinização, duas espécies de abelhas-sem-ferrão, jandaíra (Melipona subnitida) e tiúba (Melipona fasciculata), foram introduzidas na ilha principal do arquipélago de Fernando de Noronha (PE). Os objetivos desse trabalho foram avaliar a condição da criação destas abelhas após 30 anos de sua introdução e verificar as possibilidades de desenvolvimento da meliponicultura local. A coleta de dados foi realizada em novembro de 2013 por meio de visitas técnicas e aplicação de questionários aos oito criadores encontrados. Os criadores mantinham pequeno número de colônias (de 1 a 5 para jandaíra, e de 1 a 8 para tiúba). Todos os criadores mantinham a atividade como hobby, não comercializavam o mel e não conheciam as técnicas básicas de criação e manejo de abelhas-sem-ferrão, como por exemplo, divisão de ninhos, alimentação suplementar, etc. De modo geral a criação de abelhas-sem-ferrão em Fernando de Noronha, após 30 anos, não alcançou o esperado. Embora haja interesse dos criadores em ampliar a atividade, há muita deficiência de conhecimento. Cursos de capacitação e assistência técnica seriam boas ferramentas para a divulgação do conhecimento e desenvolvimento da meliponicultura local. Além disso, a comercialização de produtos meliponícolas, como o mel, teria alto valor agregado devido ao fato da ilha ser um ponto turístico extremamente visitado por brasileiros e estrangeiros.

Palavras chave: Meliponicultura, Meliponíneos, Introdução de abelhas 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Almeida, W. R., Leão, T. C. C., Roda, S. A., & Dechoum, M de S. (2009). Contextualização sobre Espécies Exóticas Invasoras (Dossiê Pernambuco, 63p).

Alves, D. A. Imperatriz-Fonseca, V.L., Francoy T. M., Santos Filho, P. de S., Billen, J., & Wenseleers, T. (2011). Successful maintenance of a stingless bee population despite a severe genetic bottleneck. Conservation Genetics 12, 647–658.

Batistella, M. (1996). Espécies Vegetais Dominantes do Arquipélago de Fernando de Noronha: Grupos Ecológicos e Repartição Espacial. Acta Botânica, 10, 223-235.

Bruening, H. (1990). Abelha jandaira. (Coleção Mossoroense, v. 557, serie C, p181). Mossoró, RN.

Bruening, H. (2001). Abelha Jandaíra. (Coleção Mossoroense, v. 1189, 2 Ed.). Mossoró, RN: Fund. Guimarães Duque, Fund. Vingt-un Rosado.

Cámara, J. Q., Sousa, A. H. de, Vasconcelos, W. E., Freitas, R. S., Maia, P. H. da S., Almeida, J. C., & Maracajá, P. B. (2004). Estudos de meliponíneos, com ênfase a Melipona subnitida D. no município de Jandaíra, RN. Revista Biologia e Ciências da Terra, 4, 1-21.

Correia-Oliveira, M. E., Nunes, L. A., Silveira, T.A. da, Marchini, L. C., & Silva, J. W.P. (2012). Manejo de agressividade de abelhas africanizadas. (Série Produtor Rural, N.53, 38p).

Cortopassi-Laurino, M., & Imperatriz-Fonseca V. L. (2001). La cria de abejas sin aguijon mas comunes en el Nordeste Brasilero.(pp. 40–43). In: Seminario Mexicano Sobre Abejas Sin Aguijón - Una visión sobre su biología y cultivo, Mérida, México, 2.

Cortopassi-Laurino, M., Imperatriz-Fonseca, V. L., Roubik, D. W., Dollin, A., Heard, T., Ingrid A. I., Venturieri, G. C., Eardley, C., & Nogueira-Neto, P. (2006). Global meliponiculture: challenges and oppor¬tunities. Apidologie, 37, 275-292.

Delariva, R. L., & Agostinho, A. A. (1999). Introdução de espécies: uma síntese comentada. Acta Scientiarum, 21, 255-262.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2014). Recuperado em março 2014 de http://www.ibge.gov.br.

Jaffé R., Maia, U. M., Carvalho, A. T., & Imperatriz-Fonseca, V. L. (2013). Diag¬nóstico da meliponicultura no Brasil. Mensagem Doce, 120, 7-9.

Jaffé, R., Pope, N., Carvalho, A. T., Maia, U. M., Blochtein, B., Carvalho, C. A. L. de, Carvalho-Zilse, G. A., Freitas, B., Menezes, C., Ribeiro, M.

de F., Venturieri, G. C., & Imperatriz-Fonseca, V.

L. (2015). Bees for Development: Brazilian Survey Reveals How to Optimize Stingless Beekeeping, PLoS ONE, 10 (3), e0121157. Recuperado de

http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0121157

Kerr, W. E. (1987). Determinação do sexo nas abelhas. XVI. Informações adicionais sobre os genes XO, XA e XB. Revista Brasileira de Biologia, 47, 111-113.

Kerr, W. E., & Cabeda, M. (1984). Introdução de abelhas no território Federal de Fernando de Noronha. Ciência e Cultura, 3, 467- 471.

Kerr, W. E., Carvalho, G. A. & Nascimento, V. A. (1996). Abelha Uruçu: Biologia, Manejo e Conservação. (154p). Belo Horizonte, MG: Acangaú.

Magalhães, T. L., & Venturieri, G. C. (2010). Aspectos econômicos da criação de abelhas indígenas sem ferrão (Apidae: Meliponini) no nordeste paraense. (Série Documentos, pp 364-366) Embrapa.

Maia, U. M., Jaffé, R., Carvalho, A. T., & Imperatriz-Fonseca, V. L. (2015). Meliponicultura no Rio Grande do Norte. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 37(4), 327-333.

Nogueira- Neto, P. (1997). Vida e Criação de Abelhas Indígenas Sem Ferrão (445p). São Paulo: Nogueirapis.

Oliveira, M. D. de. (2004). Introdução de Espécies - Uma das maiores causas de perda de biodiversidade. (Artigo de Divulgação na Mídia). Corumbá, MS: Embrapa Pantanal, 75, 1-3.

Pereira, D. S., Menezes, P. R., Belchior Filho, V., Sousa, A. H., & Maracajá, P. B. (2011). Abelhas indígenas criadas no Rio Grande do Norte. Acta Veterinaria Brasilica, 5, 81-91.

Pereira, F.M., Lopes, M.T.R., Camargo, R. C. R., & Vilela, S. L. O. (2003). Produção de Mel. Embrapa Meio-Norte: Sistema de Produção 3. Recuperado de http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/colheita.htm.

Rosa, A. S., Price, R. I., Caliman, M. J. F., Queiroz, E. P., Blochtein, B., Pires, C. S. S., & Imperatriz-Fonseca, V. L. (2015). The stingless bee species, Scaptotrigona aff. depilis, as a potential indicator of environmental pesticide contamination. Environmental Toxicology and Chemistry, 34, 1851-1853.

Ruvolo-Takasusuki, M. C., Ronqui, L., Barateiro-Stuchi, L. P., Araujo, M. C., Fermino, F., Santos, P. R. & Toledo, V. de A. (2015). Biomonitoring the Environmental Quality by Bees. In: Agricultural and Biological Sciences- "Herbicides, Physiology of Action, and Safety". Recuperado de DOI 10.5772/61616.

Santos, G. M. de M., Aguiar, C. M. L., Genini, J., Martins, C. F., Zanella, F. C. V., & Mello, M. A. R. (2012). Invasive Africanized honeybees change the structure of native pollination networks in Brazil. Biological Invasions, 140, 2369–2378.

Souza, F. S. (2015). Caracterização molecular das populações de Melipona subnitida Ducke, 1910 (Apidae, Meliponini) (61f). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Cruz das Almas, BA, Brasil.

Stattersfield, A.J., Crosby, M.J., Long, A.J., & Wege, D.C. (1998) Endemic Bird Areas of the World. Priorities for biodiversity conservation. BirdLife. (Conservation Series 7). Cambridge: BirdLife International. Recuperado de http://www.birdlife.org/datazone/info/pubEBAs.

Teixeira, W. (2003). Arquipélago Fernando de Noronha o paraíso do vulcão (167p). São Paulo: Terra virgem.

Venturieri, G. C., Raiol, V. F. O., & Pereira, C. A. B. (2003). Avaliação da intro¬dução de Melipona fasciculata (Apidae: Meliponina), entre os agri-cultores familiares de Bragança - PA, Brasil. Biota Neotropical, 3, 1-17.

Vitule, J. R. S., & Prodocimo, V. (2012). Introdução de espécies não nativas e invasões biológicas. Estudos Biológicos e Ambiente, 34, 225-237.

Wilms, W., & Wiechers, B. (1997). Floral resource partitioning between native Melipona bees and the introduced Africanized honey bee in the Brazilian Atlantic rain forest. Apidologie, 28, 339-355.

Publicado

2017-05-22

Cómo citar

Ribeiro, M. de F., & Lima, C. B. da S. (2017). Avaliação da criação de abelhas-sem-ferrão em Fernando de Noronha após 30 anos de sua introdução. MAGISTRA, 27(3/4), 474–481. Recuperado a partir de https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/3941

Número

Sección

Comunicação Científica