Otimização do processo de extração e caracterização química de pectina de cenoura

Authors

  • Regiane Victória de Barros Fernandes Universidade Federal de Viçosa
  • Fabrícia Queiroz Mendes Universidade Federal de Viçosa
  • Diego Alvarenga Botrel Universidade Federal de Lavras
  • Marília Crivelari da Cunha Universidade Federal de Viçosa

Abstract

Resumo: Estudos de extração de pectina utilizando cenoura podem contribuir para um melhor aproveitamento desta olerícola. O objetivo deste trabalho foi caracterizar bromatologicamente a farinha de cenoura, avaliar e otimizar o processo de extração de pectina de cenoura utilizando ácido cítrico como agente extrator em diferentes tempos e valores de pH e determinar o grau de esterificação. A cenoura ralada foi seca em estufa (60°C/24 horas) e, após a secagem, moída para obtenção da farinha. A partir desta farinha determinaram-se os teores de umidade, extrato etéreo, teor de proteínas, fibras e cinzas e
foram realizados os testes de extração para otimização do processo. Foi empregado o delineamento composto central rotacional (DCCR) com duas variáveis independentes: pH e tempo de extração. A cenoura apresentou um rendimento de 13,18% em farinha. A farinha obtida apresentou em média, 9,8% de umidade, 11,67% de proteínas, 8,52% de extrato etéreo, 5,57% de fibras e 2,05% de cinzas. O modelo de regressão representou significativamente (p<0,05) a relação entre as variáveis independentes e a resposta
(rendimento), com R2=0,93. O maior rendimento observado (14,73%) foi obtido em pH 1,5 e tempo de extração de 180 minutos. O grau de esterificação da pectina observado para a farinha de cenoura foi 27,05%, considerado de baixo grau de esterificação. A pectina extraída da cenoura pode, por exemplo, ser utilizada como aditivo em bebidas com a finalidade de aumentar o teor de fibras destes produtos sem, contudo, alterar significativamente a viscosidade.


Palavras chave: Daucus carota L., metodologia de superfície de resposta, polissacarídeo.

Downloads

Download data is not yet available.

References

ANDRADE, M. C. N.; MINHONI, M. T. A.; ZIED,

D. C. Caracterização bromatológica de oito

linhagens de Lentinula edodes (Shiitake)

cultivadas em toras de Eucalyptus grandis.

Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas,

v. 28, n. 4, p. 793-797, 2008.

AOAC - ASSOCIATION OF OFFICIAL

ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of

Analysis of The Association of Official

Analytical Chemists. ARLINGTON: A.O.A.C.,

, 1141p.

BOEKEL, S. V.; COUTO, M. A. P. G.; ASCHERI,

J. L. R.; SRUR, A. U. O. S.; LIMA, E. C. S.

Elaboração de farinha mista extrusada de arroz,

soja e resíduo de laranja-pêra como fonte de fibra

alimentar. Magistra, Cruz das Almas, v. 23, n. 4,

p. 243-251, 2011.

CANTERI, M. H. G.; MORENO, L.; WOSIACKI,

G.; SCHEER, A. P. Pectina: da matéria-prima ao

produto final. Polímeros, São Carlos, v. 22, n. 2,

-157, 2012.

CANTERI-SCHEMIN, M. H. et al. Extraction of

pectin from Apple pomace. Brazilian Archives of

Biology and Technology, Curitiba, v. 48, n. 2, p.

-266, 2005.

CORONA, M. et al. Extracción y caracterización

de pectina de la corteza de parchita. Revista de

la Faculdade de Agronomia (LUZ), Maracaibo,

v. 13, p. 785-791, 1996.

D’ADDOSIO, R. et al. Obtención y caracterización

de pectina a partir de la cáscara de parchita

(Passiflora edulis f. flavicarpa Degener). Revista

de la Faculdade de Agronomia (LUZ),

Maracaibo, v. 22, p. 240-249, 2005.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION

OFTHE UNITED NATIONS– FAO. Health

(emulsifiers, stabilisers, thickeners and gelling

agents in food) regulations 1994. Roma, 2008.

Disponível em: <http://www.fao.org.com>. Acesso

em: 08 jan. 2013.

GUIMARÃES, M. M.; SILVA, M. S. Valor

nutricional e características químicas e físicas de

frutos de murici-passa (Byrsonima verbascifolia).

Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas,

v. 28, n. 4, p.817-821, 2008.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas

do Instituto Adolfo Lutz. Métodos físicoquímicos

para análise de alimentos. 4. ed.

Brasília: Ministério da Saúde, Agência Nacional

de Vigilância Sanitária, 2005. 1018 p.

JOYE, D. D. ; LUZIO, G. A. Process for selective

extraction of pectins from plant material by

differential pH. Carbohydrate Polymers,

Worcester, v. 43, n.4, p. 337-342, 2000.

KALAPATHY, U.; PROCTOR, A. Effect of acid

extraction and alcohol precipitation conditions on

the yeld and purity of soy hull pectin. Food

Chemistry, Barking, v. 73, n. 4, p. 393-396, 2001.

KLIEMANN, E. et al. Optimization of pectin acid

extraction from passion fruit peel (Passiflora

edulis flavicarpa) using response surface

methodology. International Journal of Food

Science and Technology, Oxford, v. 44, n. 3, p.

-483, 2009.

MAY, C. D. Pectins. In: PHILLIPS, G. D.;

WILLIANS, P. A. (ed). Handbook of Hydrocolloids.

Boca Raton: CRC Press, 2000, p. 169-188.

MATSUMOTO, L.; OTAGAKI, M. Pectin content in

dried peel of passion fruit. Journal of Food

Science, Chicago, v. 18, n. 1, p. 132-137, 1990.

MUNHOZ, C. L.; SANJINEZ-ARGANDOÑA, E. J.;

SOARES-JÚNIOR, M. S. Extração de pectina de

goiaba desidratada. Ciência e Tecnologia de

Alimentos, Campinas, v. 30, n. 1, p. 119-125,

PEREIRA, R. B. et al. Resistência de populações

de cenoura à queima-das-folhas com diferentes

níveis de germoplasma tropical. Horticultura

Brasileira, Vitória da Conquista, v. 30, n. 3, p.

-493, 2012.

PHILLIPS, G. O.; WILLIAMS, P. A. Handbook of

Hydrocolloids (2nd Ed.). Cambridge, UK:

Woodhead Publishing Ltd, 2009.

PINHEIRO, E. R. et al. Optimization of extraction

of high-ester pectin acid from passion fruit peel

(Passiflora edulis flavicarpa) with citric acid by

using response surface methodology.

Bioresource Technology, New York, v. 99, n.

, p. 5561-5566, 2008.

PÚBLIO, A. P. P. B.; REBOUÇAS, T. N. H.;

PRADO, N. B.; SILVA, D. S.;

CHATZIVAGIANNIS, M. A. F.; SOUZA, I. V. B.;

SANTOS, R. L.; JOSÉ, A. R. S. Características

físico-químicas de tubérculos de batata

submetidos a fontes e concentrações de potássio.

Magistra, Cruz das Almas, v. 24, n. 2, p. 89-95,

SHARMA, S. K.; LIPTAY, A.; LE MARGUER, M.

Molecular characterization, physico-chemical and

functional properties tomato fruit pectin. Food

Research International, Essex, v. 30, n. 7, p.

-547, 1998.

SILA, D. N. et al. Pectins in processed fruits and

vegetables: Part II – Struture-function

relationships. Comprehensive Reviews in Food

Science and Food Safety, State College, v. 8, n.

, p. 86-104, 2009.

SIQUEIRA, B. S.; ALVES, L. D.,

VASCONCELOS, P. N., DAMIANI, C.; SOARES

JÚNIOR, M. S. Pectina extraída de casca de

pequi e aplicação em geleia light de manga.

Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal,

v. 34, n. 2, p. 560-567, 2012.

TACO - TABELA BRASILEIRA DE

COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS. 4. ed.

Campinas: NEPA-UNICAMP, 2011, 161 p.

THAKUR, B. R.; SINGH, R. K.; HANDA, A. K.

Chemistry and uses of pectin – a review. Critical

Reviews in Food Science and Nutrition, Boca

Raton, v. 37, n. 1, p. 47-73, 1997.

VORAGEN, A. G. J.; COENEN, G. J.; VERHOEF,

R. P.; SCHOLS, H. A. Pectin, a versatile

polysaccharide present in plant cell walls.

Structural Chemistry, Nova Iorque, v. 20, n. 2, p.

-275, 2009.

WANG, Q.; PAGAN, J.; SHI, J. Pectins from

fruits. In. SHI, J.; MAZZA, G.; MAGUER, M.L.

(Ed.). Functional foods, biochemical and

processing aspects. CRC Press: New York, 2002,

p. 263-309.

WILLATS, W. G. T.; KNOX, P.; MIKKELSEN, J.

D. Pectin: new insights into an old polymer are

starting to gel. Trends in Food Science and

Technology, Cambridge, v. 17, n. 3, p. 97-104,

YAPO, B. M.; ROBERT, C.; ETIENNE, I.;

WATHELET, B.; PAQUOT, M. Effect of extraction

conditions on the yield, purity and surface

properties of sugar beet pulp pectin

extracts. Food Chemistry, Barking, v. 100, n. 4,

p. 1356-1364, 2007.

Published

2017-05-25

How to Cite

Fernandes, R. V. de B., Mendes, F. Q., Botrel, D. A., & Cunha, M. C. da. (2017). Otimização do processo de extração e caracterização química de pectina de cenoura. MAGISTRA, 26(2), 115–123. Retrieved from https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/3965

Issue

Section

Artigo Científico