Planejamento sistemático da conservação na Serra da Jiboia, extremo norte do Corredor Central da Mata Atlântica

Authors

  • Guilherme de Oliveira Setor de Biologia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Rua Rui Barbosa, 710, Centro, 44380-000, Cruz das Almas, BA.
  • Elinsmar Vitória Adorno Setor de Biologia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Rua Rui Barbosa, 710, Centro, 44380-000, Cruz das Almas, BA.
  • Alessandra Nasser Caiafa Setor de Biologia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Rua Rui Barbosa, 710, Centro, 44380-000, Cruz das Almas, BA.
  • Rafael Rodrigues Freire Empresa Estrutural Estudos e Projetos.
  • Marcos Gonçalves Lhano Setor de Biologia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Rua Rui Barbosa, 710, Centro, 44380-000, Cruz das Almas, BA.
  • Alan Daniel Cerqueira Moura Divisão de Aves do Museu de Zoologia da UEFS, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, Avenida Transnordestina, S/N, Novo Horizonte, 44036-900, Feira de Santana, BA.
  • Téo Veiga de Oliveira Divisão de Mamíferos do Museu de Zoologia da UEFS, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, Avenida Transnordestina, S/N, Novo Horizonte, 44036-900, Feira de Santana, BA.
  • Sérgio Schwarz da Rocha Setor de Biologia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Rua Rui Barbosa, 710, Centro, 44380-000, Cruz das Almas, BA.
  • Rômulo Rafael dos Santos Empresa Estrutural Estudos e Projetos.
  • Carolina Saldanha Scherer Setor de Biologia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Rua Rui Barbosa, 710, Centro, 44380-000, Cruz das Almas, BA.
  • Maria Luíza Pereira Silva Empresa Estrutural Estudos e Projetos.

Abstract

Resumo: A Mata Atlântica possui elevada riqueza de espécies endêmicas e está ameaçada pelos efeitos de atividades antrópicas, restando 12,4% de remanescentes de vegetação natural. Os fragmentos desse bioma possuem papel crucial como refúgio para a conservação da biodiversidade. Um desses fragmentos é a Serra da Jiboia localizada no extremo norte do Corredor Central da Mata Atlântica possuindo características peculiares de uma região de transição entre dois biomas, Mata Atlântica e Caatinga. O objetivo desse trabalho foi estabelecer regiões prioritárias para a conservação na Serra da Jiboia, baseado no princípio da complementaridade, utilizando cinco categorias como alvos de conservação: i) mamíferos; ii) aves; iii) invertebrados terrestres; iv) invertebrados aquáticos; e v) plantas. Uma camada vetorial que resume o uso e a ocupação do solo por agricultura, pecuária e urbanização foi utilizada como restrição na indicação de áreas prioritárias. Para cada táxon foi estabelecido um modelo ecológico de nicho, BIOCLIM, para predizer a potencial distribuição espacial. O algoritmo Simulated Annealing foi utilizado para estabelecer redes mínimas de áreas prioritárias para conservação e padrões espaciais de insubstituibilidade na Serra da Jiboia. A potencial distribuição espacial de cada táxon foi utilizada como alvo de conservação, com o objetivo de ao menos uma unidade amostral para cada táxon, e o modelo de uso e ocupação do solo como restrição. Todas as categorias, em conjunto, indicaram que a região centro-sul da Serra da Jiboia é a mais importante para a conservação, evidenciando que essa região deve ser conservada em níveis mais altos de restrição de uso.

Palavras chave: Complementaridade, Modelos ecológicos de nicho, Priorização espacial.

Downloads

Download data is not yet available.

References

Andelman, S., Ball, I., Davis, F. & Stoms, D. (1999). Sites v. 1.0, an analytical toolbox fordesigning ecoregional conservation portfolios. Santa Barbara: University of California. http://www.biogeog.ucsb.edu/biblio?page=7.

Bharathi, S. & Prasad, A. G. D. (2017). Diversity, population structure and regeneration status of arboreal species in the four sacred groves of Kushalnagar, Karnataka. Journal of Forestry Research, (28), 357-370.

Blengini, I. A. D., Cintra, M. A. M. U., Cunha, R. P. P. & Caiafa, A. N. (2015). Proposta de unidade de conservação da Serra da Jiboia (227p). Recuperado de http://www.gamba.org.br/wp-content/uploads/2016/03/Proposta-Final.pdf.

Booth, T., Henry, A. N., John, R. B., & Hutchinson, M. (2014). Bioclim: the first species distribution modelling package, its early applications and relevance to most current MAXENT studies. Diversity and Distributions, (20), 1-9.

Cabeza, M., & Moilanen A. (2001). Design of reserve networks and the persistence of biodiversity. Trends in Ecology & Evolution, (16), 242-248.

Caiafa, A. N. (2015). A vegetação da Serra da Jiboia. In: Proposta de unidade de conservação da Serra da Jiboia (pp.72-83). Recuperado de http://www.gamba.org.br/wp-content/uploads/2016/03/Proposta-Final.pdf.

Campanili, M., & Schaffer, W. B. (Orgs.) (2010). Mata Atlântica, Patrimônio Nacional dos Brasileiros. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidades e Florestas, Núcleo Mata Atlântica e Pampa.

Carvalho-Sobrinho, J. G., & Queiroz, L. P. (2005). Composição florística de um fragmento de Mata Atlântica na Serra da Jiboia, Santa Terezinha, Bahia. Sitientibus: Série Ciências Biológicas, (5), 20-28.

Dobrovolski, R., Loyola, R. D., Guilhaumon, F., Gouveia, S. F., & Diniz-Filho, J. A. F. (2013). Global agricultural expansion and carnivore conservation biogeography. Biological Conservation, 165, 162-170.

Faith, D. P., Carter, G., Cassis, G., Ferrier, S., & Wilkie, L. (2003). Complementarity, biodiversity viability analysis, and policy-based algorithms for conservation. Environmental Science & Policy, 6, 311-328.

Gaston, K. J. (2004). Macroecology and people. Basic and Applied Ecology, 5 (4), 303-307. Recuperado de https://www.sciencedirect.com/journal/basic-and-applied-ecology/vol/5/issue/4.

Grenyer, R., et al., (2006). Global distribution of rare and threatened vertebrates. Nature, (444), 93-96. Recuperado de https://www.nature.com/articles/nature05237.

Hijmans, R. J., et. al., (2005). Very high resolution interpolated climate surfaces for global land areas. International Journal of Climatology, 25 (15), 1965-1978. doi: 10.1002/joc.1276

Lemes, P., Melo, A. S., & Loyola, R. D. (2016) Climate change threatens protected areas of the Atlantic Forest. Biodiversity and Conservation, 23 (2), 357-368. dói: 10.1007/s10531-013-0605-2.

Main, M. B., Roka, F. M., & Noss, R. S. (1999). Evaluating costs of conservation. Conservation Biology, (13), 1262-1272. doi: 10.1046/j.1523-1739.1999.98006.x

Margules, C. R., & Pressey, R. L. (2000). Systematic conservation planning. Nature, (405), 243-253. doi:10.1038/35012251.

Margules, C. R., & Nicholls, A. O. (1988). Selecting Networks of Reseves to Maximise Biological Diversity. Biological Conservation, 43 (1), 63-76. Recuperado de https://www.sciencedirect.com/science/journal/00063207/43/1.

Moore, J. L., et. al., (2003). Heuristic and optimal solutions for set-covering problems in conservation biology. Ecography, 26 (5), 595-601. doi: 10.1034/j.1600-0587.2003.03467.x.

Myers, N., et. al., (2000). Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403 (6772), 853-858. doi: 10.1038/35002501.

Oliveira, G., Barreto, B. S., Pinto, M. P., Diniz-Filho, J. A. F., & Blamires, D. (2007). Padrões espaciais de diversidade da Família Emberizidae (Aves: Passeriformes) e seleção de áreas prioritárias para conservação no Cerrado. Lundiana, 8 (2), 97-106.

Oliveira, G., Diniz-Filho J. A. F., Bini, L. M. ,& Rangel, T. F. L. V. B. (2009). Conservation biogeography of mammals in the Cerrado biome under the unified theory of macroecology. Acta Oecologica, (35), 630-638.

Oliveira, G., & Diniz-Filho J. A. F. (2010). Spatial patterns of terrestrial vertebrates richness in Brazilian semiarid, Northeastern Brazil: Selecting hypotheses and revealing constraints. Journal of Arid Environments, 74 (11), 1418-1426.

Oliveira, G., Lima-Ribeiro, M. S., Terribile, L. C., Dobrovolski, R.,Telles, M. P. C., & Diniz-Filho, J. A. F. (2015). Conservation biogeography of the Cerrado’s wild edible plants under climate change: Linking biotic stability with agricultural expansion. American Journal of Botany, 102 (6), 870-877. doi: 10.3732/ajb.1400352

Oliveira, G. (2017). Human occupation explains species invasion better than biotic stability: evaluating Artocarpus heterophyllus Lam. (Moraceae; jackfruit) invasion in the Neotropics. Journal of Plant Ecology. Recuperado de https://doi.org/10.1093/jpe/rtx017.

Possingham, H., Ball, I., & Andelman, S. (2000). Mathematical Methods for Identifying Representative Reserve Networks. In: Ferson, S., & Burgman, M. (Eds.). Quantitative methods for conservation biology (pp 291-305). New York: Springer-Verlag.

Pressey, R. L. & Cowling. R. M. (2001). Reserve selection algorithms and the real world. Conservation Biology, 15 (1), 275-277. doi: 10.1111/j.1523-1739.2001.99541.x

Pressey, R. L., Johnson, I. R., & Wilson, P. D. (1994). Shades of irreplaceability: towards a measure of the contribution of sites to a reserve goal. Biodiversity Conservation, 3 (3), 242-262. Recuperado de https://link.springer.com/article/10.1007/BF00055941.

Pressey, R. L., Possingham, H. P., & Margules, C. R. (1996) Optimality in reserve selection algorithms: when does it matter and how much? Biological Conservation, 76 (3), 259-267. doi 10.1016/0006-3207(95)00120-4.

Pressey, R. L., Possingham, H. P., & Day, J. R. (1997). Effectiveness of alternative heuristic algorithms for identifying indicative minimum requirements for conservation reserves. Biological Conservation, 80 (2), 207-219. doi:10.1016/S0006-3207(96)00045-6.

Ribeiro, M. C., et al., (2009). The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation, (142), 1141-1153. doi:10.1016/j.biocon.2009.02.021.

Silva, J. M. C., Sousa, M. C., & Castelletti, C. H. M. (2004). Areas of endemism for passerine birds in the Atlantic Forest. Global Ecology and Biogeography, 13, 85-92.

Fundação SOS Mata Atlântica (2017). Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica – Período 2015-2016 (Relatório técnico). São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica, INPE.

Tabarelli, M., et al., (2005). Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade, 1 (1), 132-138.

Terribile, L.C., et al., (2012). Areas of climate stability in the Brazilian Cerrado: disentangling uncertainties through time. Natureza & Conservação, 10 (2), 152-159. doi: 10.4322/natcon.2012.025.

Williams, P., Faith, D., Manne, L., Sechrest, W. & Preston, C. (2006). Complementarity analysis: Mapping the performance of surrogates for biodiversity. Biological Conservation, (128), 253-264. doi:10.1016/j.biocon.2005.09.047.

Published

2018-08-20

How to Cite

Oliveira, G. de, Adorno, E. V., Caiafa, A. N., Freire, R. R., Lhano, M. G., Moura, A. D. C., … Silva, M. L. P. (2018). Planejamento sistemático da conservação na Serra da Jiboia, extremo norte do Corredor Central da Mata Atlântica. MAGISTRA, 29(2), 225–234. Retrieved from https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/3908

Issue

Section

Artigo Científico