Um reencontro? O reconhecimento da independência angolana e do MPLA sob a diplomacia Geisel
Palavras-chave:
Diplomacia, Brasil-África, Pragmatismo ResponsávelResumo
Compreendendo a relevância acadêmica do gênero textual resenha, este presente texto busca realizar uma breve síntese crítica da obra Angola Independente: Guerra Fria e a Nova Diplomacia Brasileira, de autoria de José Kalunsiewo Nkosi. Seguindo praticamente a mesma estrutura da obra em questão, nosso texto procura tecer reflexões sobre as principais questões levantadas pelo autor, partindo também da noção de que Política Externa e Política Interna quase nunca estão dissociadas. Desta maneira, no exercício de compreender uma elaboração diplomática, torna-se fundamental considerar a existência de variáveis internas e externas, processso realizado de forma muito interessante pelo autor angolano. Em linhas gerais, o reconhecimento do governo de Luanda, MPLA, por parte da diplomacia Geisel deve ser entendido como parte de uma ação assentada na política denominada como Pragmatismo Responsável, como também resultado das mudanças no contexto internacional. No entanto, é preciso também olhar para a situação interna da Angola, levando em conta os diferentes projetos políticos à época da independência e o difícil cenário de guerra contra o colonizador, mas também de clivagens nos movimentos de libertação. Fecharemos nossa reflexão levantando alguns pontos que, a nosso ver, merecem ser alvos de maiores discussões, como, por exemplo, o que significou a Guerra Civil Angolana para a história da Guerra Fria na África.