A escrita como autoformação e resistência: Foucault, Nietzsche e a criação de mundos e histórias
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i1.995Palavras-chave:
Autocriação; Escrita; Ficção; Foucault; Nietzsche; Resistência.Resumo
A ficção corresponde a um estilo de escrita que sustenta a construção de narrativas capazes de arrancar o escritor de si mesmo em um sentido de, por meio do experimento da própria linguagem, constituir-se esteticamente. Quando observamos as obras de Nietzsche, percebemos que há uma pluralidade de estilos literários, compostos, frequentemente, por aforismos que demandam outro performático: a escrita hiperbólica. Por meio da escrita artística, Nietzsche cria um mundo compreendido como vontade de poder em que dá a si mesmo como personagem dentre outros tipos psicológicos. Já na filosofia de Foucault o traço marcante de suas obras é o tom histórico com o qual aborda seus temas. Porém, como o próprio afirma em algumas entrevistas, não escreve outra coisa que não sejam ficções, seleciona e organiza enunciados históricos criando diversos cenários, sujeitos e objetos de seu discurso. Este estilo presente em ambos entra em contato com o exterior provocando um reposicionamento do leitor, que é afetado promovendo, como efeito de subjetivação, um reposicionamento político de insubmissão de não querer mais ser governado dessa forma.
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