A ideia de behaviorismo epistemológico em Rorty: um holismo sem suportes metafísicos
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v24i3.4859Palavras-chave:
Sellars; Rorty; Explicação; Justificação.Resumo
O presente ensaio analisa o entendimento de behaviorismo epistemológico como um holismo sem pressupostos metafísicos, a partir de Richard Rorty (1931-2007). Para tanto, partiremos da ideia do “Mito do Dado” de Wilfrid Sellars, como um impulso filosófico ao qual Rorty se apropria para desenvolver a sua noção de que o behaviorismo epistemológico seria, na melhor das hipóteses, um holismo para criar contextos de justificação. Inicialmente, proporemos uma discussão sobre a questão do nominalismo psicológico, apresentado no texto de Margutti, Ceticismo, pragmatismo e a crítica de Sellars ao “Mito do Dado”, observando como tal pressuposto constitui uma crítica rortyana para se chegar à ênfase da proposta. Em seguida, iremos ressaltar o entendimento que o filósofo neopragmatista tem do que é para ele, a noção de behaviorismo epistemológico, sem conotações metafísicas, uma em que parte da visão de dados sensíveis e epistêmicos para explicar nossa ação com o mundo, até uma que enfatiza a ideia de que seria melhor percebido como um holismo, isto é, um jogo de linguagem que diz qual o melhor jogo pode ser jogado, através de uma prática de justificação social. Nosso trabalho conta com o aporte teórico de Rorty (1979), Margutti (2000), entre outros. Nosso estudo indica que para se desvincular de explicações metafísicas e (re) descrever o behaviorismo epistemológico, Rorty aponta uma saída por meio de aparatos linguísticos que proporcionam uma ambientação em práticas sociais que permitem ir além de impressões sensíveis ou dados cognitivos, esclarecendo como a proposta pode ser difusa se estiver alinhada com a justificação ao invés da explicação.
Downloads
Referências
ARAÚJO, Inês Lacerda. O neopragmatismo de R. Rorty. Cognitio. v.7, n.1, jan./jun. 2006, p. 13-24.
GUTTING, Gary. Rorty’s Critique of Epistemology. In: Richard Rorty. Charles Guignon e David R. Hiley Org´s. New York: Cambridge University Press, 2003. P. 41-60.
MARGUTTI, Paulo R. Ceticismo, pragmatismo e a crítica de Sellars ao “Mito do Dado”. In: Ceticismo: perspectivas históricas e filosóficas. Henrique de Araújo Dutra, Plínio Junqueira Srnith Org´s. Florianópolis: NELIUFSC, 2000. p. 137-156.
LIGHT, A; MCKENNA, E. Pragmatism and the Future of Human-Nonhuman Relationships. In: Animal pragmatism: rethinking human-nonhuman relationships. Org´s Erin McKenna; Andrew Light. Bloomington: Indiana University Press, 2004. p. 1-16.
RORTY, Richard. A filosofia e o espelho da natureza. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.
RORTY, Richard. Contingency, irony and solidarity. Cambridge: Cambridge University Press, 1989.
SINGER, Peter. Libertação Animal. Trad. de Marly Winkler e Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
SELLARS, Wilfrid. Empiricism and the philosophy of mind. London: Haward University Press. 1997.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Bruno Araujo Alencar, Heraldo Aparecido Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores que publicam na Griot : Revista de Filosofia mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitindo compartilhamento e adaptação, mesmo para fins comerciais, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Leia mais...