Desontologização do sujeito generificado e a metafísica da substância: diálogos de Butler com Nietzsche
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i1.2566Palavras-chave:
Judith Butler; Friedrich Nietzsche; Corpo; Gênero; Performatividade.Resumo
O artigo discute como a teoria de gênero de Judith Butler, principalmente a partir do que a autora denominou de metafísica da substância, opera uma desontologização das experiências de sexo-gênero. Para isso, expõe-se como Butler opera a desontologização do sujeito generificado, através de sua crítica feminista acerca da ideia de sujeito concebida a partir do marco da diferença sexual. Posteriormente, dedica-se ao que Butler denominou de “metafísica da substância”, vista como o que sustenta, no marco do sistema de sexo-gênero binário, a ideia de diferença natural dos corpos, momento no qual a autora recorre à genealogia da moral realizada por Nietzsche para justificar sua genealogia do gênero e dos corpos, vislumbrando esses como indissociáveis, razão pela qual conclui que, à maneira do gênero, a produção dos corpos ocorre de forma performativa através de recitações contextualizadas que estabelecem os marcos de inteligibilidade humana, os quais são, por isso, passíveis de transformação.
Downloads
Referências
BARIL, Audrey. De la construction du genre à la construction du “sexe”: les thèses féministes postmodernes dans l’oeuvre de Judith Butler. Recherches féministes, Vol. 20, N. 2, p. 61-90, 2007.
BUTLER, Judith. Bodies that matter, on the discursive limits of “sex”. Nova Iorque, Londres: Routledge, 1993.
BUTLER, Judith. Gender trouble: feminism and the subversion of identity. 2ª ed. New York, London: Roudedge, 1999.
BUTLER, Judith. Undoing gender. New York, London: Roudedge, 2004.
BUTLER, Judith; TOHIDI, Nayereh. An interview on feminist ethics and theory with Judith Butler. Journal of Middle East Women's Studies, Vol. 13, N. 3, p. 461-468, 2017.
CHAMBERS, Samuel A. ‘Sex’ and the Problem of the Body: Reconstructing Judith Butler’s Theory of Sex/Gender. Body & Society, Vol.13, N.4, p. 47–75, 2007.
DIAZ, Elvira Burgos. Desconstrucción y subversión. In: SOLEY-BELTRAN, Patrícia; SABSAY, Leticia. Judith Butler en disputa: lecturas sobre la performatividad. Barcelona: Editorial Egales, 2012, p. 1180-1572 (Arquivo Kindle).
GEMES, Ken. Nietzsche's Critique of Truth. Philosophy and Phenomenological Research, Vol. 52, N.1, p. 47-65, 1992.
GLENN, Paul F. The Politics of Truth: Power in Nietzsche’s Epistemology. Political Research Quarterly, Vol. 57, N. 4, p. 575-583, 2004.
JAGGER, Gill. Judith Butler: sexual politics, social change and the power of the performative. Londres e Nova Iorque: Routledge, 2008 (Arquivo Kindle).
LLOYD, Moya. Performativity, parody, politics. Theory, Culture & Society, Vol. 16, N. 2, p. 195-213, 1999.
MARTÍNEZ, Ariel. La tensión entre materialidad y discurso: la mirada de Judith Butler sobre el cuerpo. Cinta moebio, Vol.54, p. 325‐335, 2015.
NAVARRO, Pablo Pérez. Del texto al sexo: Judith Butler y la performatividad. Espanha: Editorial Egales, 2008 (Arquivo Kindle).
NIETZSCHE, Friedrich. Verdade e mentira no sentido extramoral. Comum, Vol.6, N. 17, p. 05-23, 2001.
NIETZSCHE, Friedrich. A genealogia da moral. 4ª ed. Petrópolis: Vozes, 2013.
RODRÍGUEZ, Eva Patricia Gil. ¿Por qué le llaman género cuando quieren decir sexo?: Una aproximación a la teoría de la performatividad de Judith Butler. Athenea Digital, N.2, p. 30-41, 2002.
ROSA, Patricia. Gênero: performativo ou ontológico?. Peri, Vol. 4, N. 1, p. 46-56, 2012.
SALIH, Sara. Judith Butler e a teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
SOBRINHO, Noéli Correia de Melo. Apresentação por Noéli Correia de Melo Sobrinho. In: NIETZSCHE, Friedrich. Verdade e mentira no sentido extramoral. Comum, Vol.6, N. 17, p. 05-07, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 André Luiz dos Santos Paiva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores que publicam na Griot : Revista de Filosofia mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitindo compartilhamento e adaptação, mesmo para fins comerciais, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Leia mais...