Sobre um entendimento irracional

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DOI :

https://doi.org/10.31977/grirfi.v12i2.663

Mots-clés :

Schopenhauer; Kant; Intuição; Entendimento; Razão.

Résumé

Apresento aqui por que Schopenhauer entende a natureza como um conceito construído pelo homem, abstrata e conceitual: uma palavra. Schopenhauer reformulou o idealismo transcendental de Kant para que os conceitos do entendimento não fizessem referência à sensibilidade, porque animais tem experiência do mundo fenomênico, ao contrário do que a teoria kantiana nos leva a crer. Afinal, em Kant, animais teriam de lidar com conceitos para representar objetos, o que Schopenhauer nega. Na teoria schopenhaueriana nossas percepções não necessitam das categorias do entendimento (conceitos, linguagem) para elaborar o objeto da experiência possível e tornar-se representação. O entendimento kantiano será mostrado como um objeto híbrido: meio representação, meio coisa-em-si, pois Kant misturou o pensar e o intuir, tornado a experiência e o mundo objetivo dependentes do entendimento (conceitual).  Porém, para Schopenhauer o objeto individual, as percepções são independentes do pensamento abstrato. O pensamento se envolve com conceitos e abstrai o que é comum dos objetos, originando-os. Já o entendimento é irracional, intuitivo e perceptivo.

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Biographie de l'auteur

Márcio Francisco Rodrigues Filho, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Doutorando em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), Rio Grande do Sul – Brasil. Bolsista CAPES/PROSUP

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Publiée

2015-12-18

Comment citer

FILHO, Márcio Francisco Rodrigues. Sobre um entendimento irracional. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 12, n. 2, p. 160–173, 2015. DOI: 10.31977/grirfi.v12i2.663. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/663. Acesso em: 22 juill. 2024.

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