Gadamer, Benjamin e os limites da não-linguagem: é possível uma compreensão originária de mundo?.

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DOI :

https://doi.org/10.31977/grirfi.v25i3.5366

Mots-clés :

Linguagem; Hermenêutica; Gadamer; Benjamin; Modernidade.

Résumé

Este artigo investiga as transformações da linguagem na modernidade a partir das ideias de Hans-Georg Gadamer (1900-2002) e Walter Benjamin (1892-1940), explorando como a hermenêutica e a alegoria respondem à ascensão da imagem como paradigma comunicativo. Enquanto Gadamer entende a linguagem como medium ontológico do compreender — um processo dialógico enraizado na historicidade —, Benjamin a vê como campo de tensão entre nomeação originária e ruína instrumentalizada, especialmente na era da reprodutibilidade técnica. O estudo confronta suas perspectivas sobre os limites da linguagem: se Gadamer enfatiza a fusão de horizontes na tradição, Benjamin busca resgatar, nas fissuras da história, vestígios de uma experiência mimética e aurática. O objetivo é analisar como ambos pensam a relação entre compreensão e inefabilidade, articulando conceitos como os sem-expressão (Kant/Benjamin) e jogo hermenêutico (Gadamer) para discutir antinomias fundamentais: linguagem e não-linguagem, universal e particular, continuidade e choque. Ao final, propõe-se que a tensão entre esses pensadores não é mera oposição, mas um diálogo produtivo sobre a crise da comunicação no mundo contemporâneo, no qual a imagem muitas vezes suplanta a palavra sem esgotar seu dizer.

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Biographie de l'auteur

Rafael Batista Dias, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutor(a) em Filosofia (Estética e Filosofia da Arte) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis – SC, Brasil. Professor(a) de Filosofia na Secretaria de Educação (SED) do Mato Grosso do Sul. Membro do Núcleo de Estudos Corporeidade e Alteridade (USP/UFMG) e do Núcleo de Estudos Benjaminianos (UFSC).

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Publiée

2025-10-26

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BATISTA DIAS, Rafael. Gadamer, Benjamin e os limites da não-linguagem: é possível uma compreensão originária de mundo?. . Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 25, n. 3, p. 57–69, 2025. DOI: 10.31977/grirfi.v25i3.5366. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/5366. Acesso em: 1 nov. 2025.

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