É a colônia de formigas um organismo consciente?

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DOI :

https://doi.org/10.31977/grirfi.v23i1.3220

Mots-clés :

Colônia de Formigas; Consciência; Pampsiquismo.

Résumé

A semelhança entre o padrão de interação dos neurônios do cérebro humano e a colônia de formigas torna esta última objeto da hipótese de ser uma estrutura apta a ter uma consciência. Assim, neste artigo, a definição de Thomas Nagel da consciência como algo que é ser para um organismo se torna basilar para o exame dela como um possível sujeito experiencial. A colônia de formigas, se considerada um organismo, poderia ser um sujeito apto a ter experiências internas. Por isso, neste artigo, eu desenvolvo com base no Pampsiquismo, critérios de análise da colônia, apresentando quais características ela deve atender para ser qualificada como consciente. Dessa maneira, ela se torna um modelo apropriado para o exame da relação corpo-mente. Não defendo que a colônia de formigas é um organismo genuíno, mas que, caso seja, terá algum tipo de experiência consciente. No tratamento dessa questão, eu examino se a colônia é um indivíduo biológico, e, em seguida, se é possível que as mentes das formigas embasem a mente da colônia. Concluo que, a partir do modo de interação das partes com o todo, pode haver mais de uma resolução para o problema, i.e., a consciência da colônia depende do modo como seus componentes estão física e fenomenalmente integrados.

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Biographie de l'auteur

Anderson Luiz do Vale Fonseca, Universidade Federal do Ceara (UFC)

Doutorando(a) em Filosofia  na Universidade Federal do Ceara (UFC), Fortaleza – CE, Brasil.   

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Publiée

2023-02-26

Comment citer

LUIZ DO VALE FONSECA, Anderson. É a colônia de formigas um organismo consciente? . Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 23, n. 1, p. 70–86, 2023. DOI: 10.31977/grirfi.v23i1.3220. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/3220. Acesso em: 23 nov. 2024.

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