A arqueologia do presente e a questão do sujeito no pensamento de Giorgio Agamben

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i3.3059

Mots-clés :

Arqueologia; Sujeito; Método; Agamben; Ética.

Résumé

Este artigo propõe mostrar como a arqueologia agambeniana se realiza por meio de um movimento duplo que, a um só tempo, exibe a tradição a partir de um paradigma excepcional. É possível pensar aqui em um jogo de palavras, já que, habitualmente, a palavra paradigma é usada como sinônimo de modelo e, nesse sentido, a exceção foi o que modelou aquilo que a tradição transmitiu e, igualmente, recalcou. No entanto, com seu gesto característico, Agamben remete a palavra paradigma ao seu sentido etimológico, como “aquilo que se mostra ao lado”, e confere a ela um sentido estratégico na sua arqueologia. Como o exemplo, o paradigma exibe o funcionamento e o pertencimento de algo sem que pertença a isso que é exibido, mostrando-se ao lado, subtraindo o seu pertencimento a uma regra. Isso que ele exibe é a estrutura excepcional da tradição, remetendo também a palavra exceção ao seu sentido etimológico, “capturada fora”. Esse sentido, que define a exceção enquanto tal, é usado para caracterizar a maneira como a tradição operou pressupondo uma origem. Essa pressuposição de uma dimensão originária, anterior a toda suposição, destinou como um fundamento subjacente, o sub iectum, isto é, o problema do sujeito.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Caio Paz, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutor(a) em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro – RJ, Brasil, onde também desenvolve a pesquisa de pós-doutorado e integra o laboratório Filosofias do tempo do agora.

Références

AGAMBEN, Giorgio. “O que é um dispositivo?”. In: AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução de Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó, SC: Argos, 2009.

AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auchwitz: O arquivo e a testemunha. Tradução de Selvino J. Assman. São Paulo: Boitempo, 2008.

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. Tradução de Henrique Burigo. 2ª edição. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

AGAMBEN, Giorgio. A comunidade que vem. Tradução de Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

AGAMBEN, Giorgio. “Aby Warburg e a ciência sem nome”. In: AGAMBEN, Giorgio. A potência do pensamento: ensaios e conferências. Tradução de António Guerreiro. Belo Horizonte: Autêntica editora, 2015a.

AGAMBEN, Giorgio. “A coisa mesma”. In: AGAMBEN, Giorgio. A potência do pensamento: ensaios e conferências. Tradução de António Guerreiro. Belo Horizonte: Autêntica editora, 2015b.

AGAMBEN, Giorgio. “Che cos’è un comando?”. In: AGAMBEN, Giorgio. Creazione e anarchia: l’opera nell’eta dela religione capitalista. Vicenza: Neri Pozza Editore, 2017a.

AGAMBEN, Giorgio. O uso dos corpos. Tradução Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2017b.

AGAMBEN, Giorgio. Signatura rerum: sobre o método. Tradução de Andrea Santurbano, Patricia Peterle. São Paulo: Boitempo, 2019.

LÖWY, Michel. Walter Benjamin: aviso de incêndio – uma leitura das teses “Sobre o conceito de história. São Paulo: Boitempo, 2015. p.74.

MAGALHÃES, Danielle. Quando o céu cair. Rio de Janeiro: 7Letras, 2018.

MARCHESONI, Stefano. “Dell’inapprooriabile. Agamben e la deposizione del soggetto”. In: ORSENIGO, Jole (org.). Figure del soggeto: Eredità, genealogie, destituzioni. Milão: Mimesis Edizioni, 2017. p. 118.

Téléchargements

Publiée

2022-10-28

Comment citer

PAZ, Caio. A arqueologia do presente e a questão do sujeito no pensamento de Giorgio Agamben. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 3, p. 278–291, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i3.3059. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/3059. Acesso em: 22 nov. 2024.

Numéro

Rubrique

Artigos