A superação da concepção liberal de liberdade em Hannah Arendt
DOI :
https://doi.org/10.31977/grirfi.v20i2.1801Mots-clés :
Política; Liberdade; Liberalismo; Cidadania; Arendt.Résumé
Este artigo pretende confrontar duas noções acerca da noção de liberdade, temática central na Filosofia Política. De um lado, partiremos de algumas reflexões do liberalismo político, onde no primeiro momento, exploraremos a obra Dois Conceitos de Liberdade (Two Concepts of Liberty), de Isaiah Berlin. Para esse autor a liberdade negativa (negative liberty - “estar livre de”) e, não a liberdade positiva (positive liberty - “estar livre para”), deve ser a maior preocupação dos corpos políticos, ou seja, o Estado deve existir para evitar que a liberdade individual seja reduzida pela própria interferência do Estado ou de outros sujeitos. De encontro a essa ideia, e ancorados em Arendt, desejamos sustentar que um dos grandes problemas do liberalismo político é a não ação (negative liberty), isto é, a falta de participação do cidadão nos assuntos e nas decisões políticas. Ao mostrar isso, defenderemos em Arendt o papel central da liberdade positiva (political freedom) da ação e da fala, e, consequentemente, a possibilidade de um republicanismo cívico como alternativa ao isolamento e apatia políticas gestados pela liberdade burguesa, uma vez que, para Arendt, a aposta de Berlin e da tradição liberal são insuficientes para pensarmos os acontecimentos da política contemporânea.
Palavras-chave: Política; Liberdade; Liberalismo; Cidadania; Arendt.
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