Pensamento indígena brasileiro como crítica da modernidade: sobre uma expressão de Ailton Krenak

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DOI :

https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i3.1277

Mots-clés :

Pensamento Indígena Brasileiro; Discurso Filosófico-Sociológico da Modernidade; Autorreferencialidade; Colonialismo; Outro da Modernidade.

Résumé

Neste artigo, desenvolveremos a crítica de Ailton Krenak à modernidade-modernização ocidental como uma monocultura de ideias que se constitui como uma estrutura autorreferencial, autossubsistente, endógena, autônoma e autossuficiente, não necessitando do outro da modernidade em termos de ajuda e de crítica. Utilizando a ideia de colonialismo como teoria da modernidade, identificaremos cinco problemas fundamentais apresentados pela teoria da modernidade-modernização ocidental de Jürgen Habermas que justificam a crítica de Ailton Krenak, a saber: (a) a modernidade como uma sociedade-cultura marcada por uma singularidade absoluta, enquanto universalismo-globalismo pós-metafísico via racionalidade cultural-comunicativa, diferente de todo o resto das sociedades-culturas como tradicionalismo em geral via fundamentações essencialistas e naturalizadas; (b) a compreensão do processo de constituição e de desenvolvimento da modernidade europeia como um movimento-princípio endógeno, autônomo, autossuficiente e fechado relativamente ao outro da modernidade, plenamente capaz de autocompreensão, autorreflexividade e autocorreção desde dentro, por seus próprios meios, sem necessidade de ajuda externa; (c) a redução da dinâmica constitutiva e caracterizadora da modernidade como correlação, separação e tensão-contradição entre modernidade cultural e modernização econômico-social, com o silenciamento sobre o e o apagamento do colonialismo como movimento, princípio e consequência do processo de modernização ocidental; (d) a compreensão restritiva do caminho constitutivo e evolutivo da modernidade-modernização ocidental, como um processo reto, direto e linear que vai da Europa moderna ao Primeiro e Segundo Mundos, mais uma vez silenciando-se sobre e apagando o Terceiro Mundo enquanto parte constitutiva e consequência da modernidade-modernização ocidental como um todo; e, finalmente, (e) a correlação de modernidade cultural (enquanto universalismo-globalismo pós-metafísico via racionalidade cultural-comunicativa) com/como o gênero humano, do gênero humano como um grande processo de modernização e de cada sociedade-cultura particular como uma proto-modernidade, o que sustenta e respalda exatamente a modernidade-modernização ocidental como ápice da evolução humana e, assim, seu sentido e sua vocação universalistas-globalistas, característica negada ao outro da modernidade.

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Leno Francisco Danner, Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre – RS, Brasil. Professor de Filosofia e de Sociologia no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho – RO, Brasil.

Fernando Danner, Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre – RS, Brasil. Professor de Filosofia no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho – RO, Brasil.

Julie Dorrico, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Doutoranda em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre – RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Brasil.

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Publiée

2019-10-15

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DANNER, Leno Francisco; DANNER, Fernando; DORRICO, Julie. Pensamento indígena brasileiro como crítica da modernidade: sobre uma expressão de Ailton Krenak. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 19, n. 3, p. 74–104, 2019. DOI: 10.31977/grirfi.v19i3.1277. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/1277. Acesso em: 22 nov. 2024.

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