A tarefa da experiência antepredicativa na constituição do sentido do objeto: um estudo da Vª investigação lógica husserliana
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v17i1.802Palabras clave:
Dados Hiléticos; Vivências não-intencionais; Experiência antepredicativa.Resumen
O objetivo deste artigo é analisar como se constitui o sentido do objeto a partir da experiência antepredicativa da consciência como expresso na Vª Investigação Lógica (1901) de Husserl. Compreendemos a experiência antepredicativa como a base de sustentação dos atos intencionais da consciência, sendo esta experiência da ordem do que é vivido e não do que é objetivado. A experiência antepredicativa está fundada nos dados sensuais da consciência (hylé), isto é, das sínteses que ocorrem sem qualquer atividade explícita de objetivação (i.e., de maneira não-intencional). Para atingir este objetivo, dividimos este trabalho em duas etapas: § 1 Conteúdo enquanto Matéria das Sensações e § 2 Conteúdo enquanto Matéria dos Atos Intencionais. Assim, é possível uma arguição sobre o papel fundamental do conteúdo, enquanto matéria do ato intencional, ser uma vivência constituinte da consciência. E isso faz-nos acreditar que todo conhecimento, na fenomenologia husserliana, começaria a partir da experiência antepredicativa. Tal crença está fundamentada na retomada husserliana da concepção kantiana de que todo o conhecimento começaria com a experiência, mas não resultaria só dela. Os dados hiléticos surgiriam como o substrato da experiência do vivido (Erlebniss), fazendo parte constituinte da trama do ato intencional. Consideramos, então, ser possível demostrar que a fenomenologia husserliana não abandona os dados sensíveis, mas lhe reserva um espaço de fundamental importância quando trata das bases que constituem o sentido do objeto.
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