Para uma autossupressão do método: genealogia como programa genealógico e a dimensão do poder em Nietzsche
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v24i1.3569Palabras clave:
Genealogia; Autossupressão; Estilo; Descontinuidade; Poder.Resumen
Nosso objetivo será argumentar a favor da ideia de que em Nietzsche não há um método genealógico, stricto sensu, com reivindicações epistêmicas universalistas e sistêmico-substantivistas (tradicionalmente concebidas pelas filosofias justificacionistas e fundacionistas de Platão a Hegel). Sem embargo, o que há é um programa genealógico característico, que se opõe às genealogias e filosofias majoritárias na medida em que uma autossupressão do método se impõe como registro primário e heterodoxo de sua reflexão. Partimos da hipótese de que a genealogia em Nietzsche, entendida programaticamente, tornou-se viável por se estruturar marcadamente a partir de três movimentos reflexivos que desoneram seu pensamento genealógico de uma conduta analítico-metodológica, à exemplo do cânon, que são: (i) variação do estilo em sua escritura; (ii) historicismo crítico ou radical e (iii) descontinuidade de origem. Contudo, seria inútil mostrar com que clareza o programa genealógico nietzschiano foi delineado se não se pudesse dizer de onde veio, para quem e com que finalidade, ou ainda mais, o que se pretende denunciar com ele. Portanto, em nossa conclusão, mostraremos, com alguma reserva, como o programa genealógico nietzscheano se presta a avaliar a dimensão do poder.
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