Os precursores esquecidos de Ludwig Wittgenstein
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v21i2.2377Palabras clave:
Precursores de Wittgenstein; Investigações filosóficas; Piero Sraffa; Bronisław Malinowski; Ernest Gellner.Resumen
No prefácio das Investigações filosóficas, Ludwig Wittgenstein revela que ao “estímulo” do economista Piero Sraffa devia “as ideias mais fecundas” da obra. Curiosamente, porém, segundo Amartya Sen (2003), Sraffa considerava seu ponto de vista – que enfatiza a relação entre a linguagem e o meio sociocultural em que ela é empregada – “um tanto óbvio”, achava tedioso conversar com Wittgenstein e nunca se entusiasmou por ter influenciado decisivamente sua filosofia tardia. Para justificar o comportamento de Sraffa, Sen (2003) argumenta que seu ex-professor julgava trivial a sua abordagem social da linguagem – que se opõe à abordagem lógica do Tractatus logico-philosophicus – basicamente devido à sua formação marxista. Em divergência a essa explicação de Sen (2003), sustenta-se neste artigo que o ponto de vista de Sraffa é realmente “um tanto óbvio”, tendo uma longa lista de precursores que remonta à Grécia Antiga. A fim de comprovar essa afirmação, são retomadas aqui tanto as obras de filósofos com os quais Wittgenstein dialoga em seus textos, como Platão, Aristóteles e Santo Agostinho, quanto autores prestigiados que ele aparentemente desconhecia, entre os quais os linguistas William D. Whitney, Hermann Paul e Ferdinand de Saussure.
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