A biopolítica da pandemia: Agamben e Bolsonaro entram em um bar
DOI:
https://doi.org/10.31977/grirfi.v21i3.2354Palabras clave:
Pandemia; Biopolítica; Coronavírus; Agamben; Bolsonaro.Resumen
A pandemia de coronavírus que alterou a vida de pessoas em todo mundo desvelou surpreendentes “afinidades eletivas” entre o crítico do Estado de exceção e o fã do Estado de exceção. Nesse trabalho discute-se por que o filósofo italiano Giorgio Agamben apresentou teses sobre a pandemia que mais lembram as falas negacionistas do presidente do Brasil. Mais do que uma mera análise política equivocada da pandemia, entendemos que as teses defendidas por Agamben decorrem da própria teoria da biopolítica que o filósofo elaborou em seus textos mais celebrados. Neste artigo procuramos primeiramente apontar os fundamentos da teoria da biopolítica elaborada por Agamben. Num segundo momento mostramos como as ideias do filósofo italiano estão alinhadas com o que tem sido defendido pelo presidente Bolsonaro. Ao final, indicamos porque os textos de Agamben sobre a pandemia são uma consequência lógica daquilo que ele havia formulado em sua teoria da biopolítica.
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